segunda-feira, dezembro 05, 2011

Barnco, azul claro e cor-de-rosa

E se de repente ficasse tudo branco, azul claro e cor-de-rosa?
O chão da rua branco, os carros azuis e as árvores cor-de-rosa.
Todas as cadeiras brancas e as paredes também. Todas as nossas roupas azuis.
E a comida cor-de-rosa. E a bandeira azul-clara e cor-de-rosa.
E os guindastes nas construções todos brancos.
As letras nos jornais azuis claras. Todos os objectos azuis claros também.
E os fatos dos ministros todos cor-de-rosa.
As lombadas dos livros brancas.
Os navios todos eles brancos.
O mar continuaria azul, e os lábios em diversos tons de cor-de-rosa.
A pele de toda a gente azul e os olhos cor-de-rosa.
As armas dos militares brancas e as fardas deles cor-de-rosa.
A guerra continuaria a fazer sentido?

quinta-feira, dezembro 01, 2011

fora

Arrastem-me para fora do mundo, pode ser pelos cabelos, não me importo. Até me posso ferir, quem sabe partir um dente. Posso ficar com um hematoma na perna. Ficarei arranhada, eu sei. Mas arrastem-me para fora do mundo.
Juro que não me arrependerei. Quero mergulhar na tranquilidade. Eu sei que lá fora as luzes são fugazes, ténues e frias. Eu sei que o céu é às ondas e que por vezes essas ondas nos levam. Também sei que as nuvens são espessas e que temos de ter cuidado com as trepadeiras cheias de espinhos e artimanhas. Não se preocupem, eu conheço um caminho de escadas longas que me levam a um sítio onde poderei encostar-me a uma árvore e contemplar tudo o que vocês ficarão por cá a fazer.

sábado, abril 30, 2011

D'un roig encès 5



Esta é a capa da última revista D'un Roig encès (este nome faz parte de um poema - A Miró - do catalão Raimon e significa qualquer coisa como "De um vermelho vivo"), da associação cultural Roig.
Pretendíamos passar a ideia de que é preciso ler entrelinhas em todas as páginas da vida, aprender a questionar e a observar com pormenor. Por isso a imagem contém para além do gato visível (a mascote da revista)um outro gato com uma rosa na boca (em homenagem ao dia de S. Jordi, o dia mundial do livro e dos namorados na Catalunha, um dos feriados principais)e duas frases nos bigodes: "Lê as imagens" e "Observa as palavras".

Quero Ser



Este projecto foi desenvolvido para apresentar ao concurso de álbum infantil de Santiago de Compostela, levado a cabo pela editora Kalandraka. Não ganhei, é pena. Mas não me importo, parece-me que os vencedores são merecedores.
Mimi foi o pseudónimo que utilizei e é a pequena protagonista da história. É uma menina que quer decidir o que quer ser quando for grande, mas a ilusão dá sempre lugar à decepção da realidade. No entanto ela não se deixa abater.
Enquanto trabalhava nisto escutava a voz do Paulo de Carvalho, no meu cérebro, e constantemente: "Chamava-se Mimi..."

segunda-feira, março 07, 2011

domingo, fevereiro 06, 2011

Para Elisa



Esta foi a proposta que apresentei há tempos para um concurso de ilustração. Usei o pseudónimo Lídia Carmena. As ilustrações são minhas e o texto da Teresa Barriga, a minha ilustre mamã. A maquete, evidentemente, está péssima.

Mais duas capas



Esta foi a capa do número 3 da Revista da Associação Roig. A fotografia da entrada do mural do ateneu com o mesmo nome, Roig (vermelho), foi feita por um amigo fotógrafo, Óscar Martínez, e o o mural é da autoria de um artista simpático e louco, chamado Pablo Kalaka.
O tema, como espero que se depreenda, era a abertura de portas do ateneu: obrim em catalão significa abrimos.



Esta é a capa do número mais recente, o 4, e tem como tema a emancipação. A figura da marioneta advém de uma entrevista a um marionetista (opá... não sei como é que isto se diz em português)publicada na revista.



Esta foi uma das propostas apresentadas e que foi preterida em favor da anterior.

Para conhecer mais sobre a Roig, clicar aqui.

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Questão filosófica de grande relevo

Dizem que tempo é dinheiro.
E que as dimensões do espaço encontram-se com a do tempo no infinito.
Então, espaço é dinheiro.

Quando falamos no binómio capital/trabalho
podemos associar o espaço ao capital e o tempo ao trabalho, não?
Se assim é, e porque cada vez o trabalho parece valer menos, não deveríamos passar antes a dizer:
Espaço é dinheiro?