segunda-feira, dezembro 05, 2011

Barnco, azul claro e cor-de-rosa

E se de repente ficasse tudo branco, azul claro e cor-de-rosa?
O chão da rua branco, os carros azuis e as árvores cor-de-rosa.
Todas as cadeiras brancas e as paredes também. Todas as nossas roupas azuis.
E a comida cor-de-rosa. E a bandeira azul-clara e cor-de-rosa.
E os guindastes nas construções todos brancos.
As letras nos jornais azuis claras. Todos os objectos azuis claros também.
E os fatos dos ministros todos cor-de-rosa.
As lombadas dos livros brancas.
Os navios todos eles brancos.
O mar continuaria azul, e os lábios em diversos tons de cor-de-rosa.
A pele de toda a gente azul e os olhos cor-de-rosa.
As armas dos militares brancas e as fardas deles cor-de-rosa.
A guerra continuaria a fazer sentido?

quinta-feira, dezembro 01, 2011

fora

Arrastem-me para fora do mundo, pode ser pelos cabelos, não me importo. Até me posso ferir, quem sabe partir um dente. Posso ficar com um hematoma na perna. Ficarei arranhada, eu sei. Mas arrastem-me para fora do mundo.
Juro que não me arrependerei. Quero mergulhar na tranquilidade. Eu sei que lá fora as luzes são fugazes, ténues e frias. Eu sei que o céu é às ondas e que por vezes essas ondas nos levam. Também sei que as nuvens são espessas e que temos de ter cuidado com as trepadeiras cheias de espinhos e artimanhas. Não se preocupem, eu conheço um caminho de escadas longas que me levam a um sítio onde poderei encostar-me a uma árvore e contemplar tudo o que vocês ficarão por cá a fazer.