1 - Emmeline Pankhurst –
Período: Fim do século XIX e primeiras duas décadas do século XX.
Local: Inglaterra
Porque figura na minha galeria?
Foi uma das fundadoras do movimento britânico do sufragismo. O nome da "Sra. Pankhurst", mais do que qualquer outro, está associado com a luta pelo direito de voto para mulheres no período imediatamente antes da primeira guerra mundial.
“As tácticas da Sra. Pankhurst para atrair a atenção ao movimento tiveram como resultado o emprisionamento por diversas vezes, mas por causa de seu perfil elevado, não passou as mesmos privações como outras colegas sufragistas (embora experimentasse alimentação forçada após greve de fome). Sua liderança da campanha não agradou a todos, e houve separatismo dentro do movimento em consequência”.
Curiosidade: Quem anda pelas manifestações já deve ter ouvido falar em pancartas sem saber de onde vinha o nome. Pois bem as placas que se usam presas ao peito e costas e aquelas outras presas a pauzinhos foram inventadas pelas Pankhurst, daí o nome.
Flores: Rosas
2 – Sylvie Pankhurst –
Período:Primeiras duas décadas do século XX.
Local: Inglaterra
Porque figura na minha galeria?
Filha de Emmiline Pankhurst, Sylvie distinguiu-se e divergiu da mãe porque sendo esta essencialmente uma conservadora (seria deputada pelo Partido Conservador) acedeu à concessão do direito de voto apenas para mulheres da burguesia e aristocracia. Aproximou-se então das posições de Clara Zetkin, que introduziam as questões de classe como as que estão na origem da descriminação das mulheres.
Lenine, embora louvando os esforços e ímpeto dos jovens britânicos, no qual incluía Sylvie, não deixou de os acusar de esquerdismo.
Foi fundadora do Partido Comunista Britânico.
Flores: violetas
3 - Rosa Luxemburg –
Período: Primeiras duas décadas do século XX.
Local: Polónia/Alemanha
Porque figura na minha galeria?
Uma referência incontornável apesar de algumas divergências com Lenine sobre as organizações revolucionárias e papel do partido e sobre questões internacionais.
“Impregnada de ardentes ideais revolucionários construídos na militância política clandestina na sua Polônia natal e no exílio na Suíça, Rosa sofre um choque ao mudar-se para Berlim em 1898, vinda de Zurique, onde concluíra a universidade com um brilhante doutorado sobre “O desenvolvimento industrial da Polônia”. Ela dá-se conta rapidamente de que a social-democracia alemã, a organização que escolhera para fazer carreira política (o maior partido operário do ocidente e modelo da esquerda na época), na realidade não passava de uma grande organização burocrática, adepta de um marxismo de fachada, e que os respeitados líderes social-democratas, pusilânimes e medíocres, eram totalmente carentes de talento e imaginação. Rosa, cuja experiência política num país pobre e atrasado lhe fazia ver com olhos críticos a atmosfera da esquerda alemã, pôs-se como tarefa vencer intelectualmente no interior da social-democracia — o partido da classe operária alemã —, empurrá-la para a esquerda, combater a rotina, “permanecer idealista”, trabalho a que se dedicou incansavelmente até a guerra”.
“Toma por lema o seguinte verso do Fausto de Goethe: No princípio era a acção. “No princípio era a acção” significa que a iniciativa pertence às massas, não ao partido. Mas este também tem um papel a desempenhar, Rosa não é uma anarquista que rejeita por princípio a organização. O partido tem por função esclarecer, explicar, pois ele possui a visão de conjunto do processo de desenvolvimento capitalista e, por conseguinte, do lugar que nele ocupa a classe revolucionária.”
Funda a Liga Spartakus (ala esquerda da social democracia alemã) e depois o Partido Comunista Alemão.
O assassinato de Rosa Luxemburg em 1919 teve o apoio da social-democracia. Os assassinos não foram condenados.
O seu maior desejo sempre foi unir a política à felicidade individual. A 6 de março de 1899 — Rosa tem 29 anos — escreve: “Mantenho minhas pretensões à felicidade pessoal. É um facto, tenho um enorme desejo de ser feliz e estou disposta a negociar, dia após dia, em favor da minha pequena ração de felicidade com a teimosia de uma mula.(...) [Mas] começo a habituar-me ao pensamento de que para mim só existe o dever (...)”.
“Interessa-se por literatura, pintura, música, botânica, tem uma ligação visceral com a natureza, de que fala longamente nas cartas escritas da prisão, recordando os passeios pelo campo, pelas montanhas, na companhia de amigos, sozinha”.
Flores: margaridas
4 - Clara Zetkin –
Período: Fim do século XIX e primeiras três décadas do século XX.
Local: Alemanha
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Leva ao debate político sobre a afirmação política das mulheres a questão de classe. Enriquece o marxismo e funda assim o pensamento marxista que ainda hoje vigora sobre as questões das mulheres. O dia 8 de Março como dia internacional da mulher foi proposto por ela no congresso das mulheres socialistas em 1910.
“Não se trata de uma luta de mulheres contra homens, como se costuma pensar. É uma luta de homens e mulheres da classe trabalhadora por uma sociedade mais justa e pelo fim de todo tipo de opressão e exploração”.
“As raízes desta batalha podem ser encontradas nos escritos de Marx e Engels. Obras como A "Origem da Família do Estado e da Propriedade", de Engels, entre outras, apesar de alguns pontos superados, conservam a actualidade ao mostrar que a base real da opressão das mulheres está na existência das classes sociais”.
Flores: Flores de laranjeira
5 - Shere Hite –
Período: últimas três décadas do século XX até à actualidade.
Local: EUA/Alemanha
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“Em 1976, causou escândalo nos Estados Unidos ao lançar seu primeiro livro, Relatório Hite: um Estudo da Sexualidade Feminina, no qual derrubava o mito do orgasmo vaginal, numa época em que a sexualidade feminina era tabu, e dizia que a maioria das mulheres estava insatisfeita em seus casamentos. A parcela conservadora do país reagiu a tal ponto que, como protesto, ela mudou-se para a Alemanha e trocou de nacionalidade”.
Os relatórios publicados por Shere Hite, mostraram que a vagina é um canal com pouquíssimos terminais nervosos e que a estimulação (direta ou indireta) do clitóris é fundamental para que a maioria das mulheres atinja o orgasmo. Derrubava assim o discurso de Freud que acreditava que o “orgasmo vaginal” era fruto do amadurecimento da mulher e que, portanto, o “orgasmo clitoriano” era “infantilizado”.
Flores: amores-perfeitos
6 – Frida Kahlo –
Período: Primeira metade do século XX.
Local: México
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Diego Rivera (que foi seu marido) dizia que não conseguia ilustrar o sentimento como fazia Frida nas suas pinturas.
Esta mulher agarrou-se à pintura depois de um acidente viário que a deixou em estado grave e acabou limitando irremediavelmente a sua mobilidade. A maior parte das suas pinturas são auto-retratos. Neles, Frida revela a sua personalidade, estados de alma, opções. Comunista, profundamente patriótica e amante da cultura mexicana, contra preconceitos de qualquer espécie, introspectiva, deprimida, arrebatada. Tudo isso se lê nas suas pequenas telas.
O mundo das artes plásticas, por estranho que pareça, ainda é essencialmente masculino. Mulheres pintoras, salvo raras excepções, são vistas como artistas de segunda categoria. Não são, como os homens, encaradas como mestres. A explicação está, naturalmente, na ideia e na prática que vigorou durante séculos, de que às mulheres estavam reservadas as tarefas domésticas. A pintura, seria apenas, e para todas elas, um passatempo, não uma opção de vida ou uma actividade a tempo inteiro. Para além disto, mulheres que pintavam eram, quase sempre, oriundas da alta burguesia e aristocracia. Este modo de ver a mulher na arte, apesar das pequenas mudanças que se começaram a verificar no século XX, ainda vigora. Muitas mulheres passaram entretanto a dedicar-se intensamente à arte, mas poucas se afirmaram.
Apesar de ter vivido na sombra do marido, Diego, Frida é hoje reconhecida como um dos grandes artistas do século XX.
Flores: malmequeres
7 – Ilda Figueiredo –
Período: Actualidade
Local: Portugal
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Eurodeputada portuguesa, comunista, que elaborou e apresentou recentemente um polémico relatório sobre a situação laboral das mulheres na União Europeia, nele revela que as mulheres representam mais de metade dos desempregados da União Europeia, ocupam a maioria dos trabalhos precários e ganham menos do que os homens.
Flores: Cravos
8 - Gladys Marín –
Período: Últimas 4 décadas do século XX
Local: Chile
Porque figura na minha galeria?
Secretária Geral do Partido Comunista Chileno, morreu no dia 5 de Março, vítima de um tumor cerebral diagnosticado em 2003.
Toda a vida lutou.
Lutou como estudante
Lutou na Federação das Juventudes Comunistas
Lutou como dirigente del Comando Juvenil de Salvador Allende
Lutou contra a guerra do Vietname
Lutou na clandestinidade e no exílio depois do golpe de Pinochet em 1973
Lutou depois do desaparecimento do seu marido, caído nas mãos da ditadura
Lutou assumindo a direcção do partido
Lutou, pondo Pinochet no banco dos réus, acusando-o pelas masis de 3000 vítimas e motivando assim outras acusações.
Lutou, criando, com outros, a plataforma Pactos Juntos Podemos, “que buscan la unidad de todas las fuerzas que se oponen al terrorismo económico neoliberal y que se está desarrollando como un tercera alternativa política, para producir los cambios que el país necesita en cuanto a la erradicación de los grandes problemas sociales, que generaron las políticas económicas de la dictadura y que muy bien han seguido administrando los gobiernos de la Concertación”.
Flores: papoilas