terça-feira, novembro 28, 2006

ARTE DE TRANSFORMAR XLV



A CUBA


Si yo a Cuba le cantara,
le cantara una cancion
tendría que ser un son
un son revolucionario
pie con pie, mano con mano,
corazon a corazon
corazon a corazon,
pie con pie mano con mano
como se le habla a un hermano.
Si me quieres aquí estoy
qué más te puedo ofrecer
sino continuar tu ejemplo
comandante compañero
viva la revolucion
Si quieres conocer a martí y a Fidel,
si quieres conocer los caminos del che
si quieres tomar ros pero sin coca-cola
si quieres trabajar en la caña de azucar
en un barquito se va el vaiven
si quieres conocer a Marti y a fidel.

Victor Jara



Adere!

segunda-feira, novembro 27, 2006

ARTE DE TRANSFORMAR XLIV (de novo... neruda)

Poema 15

Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas llenas del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.

Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.

Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.

Pablo Neruda

Não Coisas

Saudades do que nunca vivi.

Incontidas alegrias sem razão.
Preocupações com nada.
Esperança no vazio.
Beijos para o ar.
Abraços sem corpo.
Palavras não ditas.
imagens não vistas.
E o nome que todo o dia chamo ao acordar... de quem é? de quem foi? de quem será?

Vivo um poema do Gedeão?

domingo, novembro 19, 2006

ARTE DE TRANSFORMAR XLIII

A propósito da "impossibilidade de se fazer melhor".
A propósito das justificações para a falta de audácia.
A propósito dos insultos à nossa inteligência.

Para todos aqueles que que se limitam ao medíocre e para os que nada fazem esperando perfeição.

Saúde aos que tornam o impossível uma realidade.
Que se multipliquem os que questionam, os vigilantes, os que não têm preconceitos.

TEMPOS DIFÍCEIS

A árvore explica porque é que não deu frutos.
O poeta explica porque são maus os seus versos.
O general explica porque se perdeu a guerra.

Quadros pintados sobre telas efémeras.
Relatórios de expedição confiados a quem os esquece.
Gestos bonitos, que ninguém aprecia.

Deverá o vaso com mossas servir de vaso de noite?
Deverá a tragicomédia transformar-se em farsa?
Deverá ir para a cozinha a amada já usada?

Louvados os que fogem das casas em ruínas.
Louvados sejam os que trancam a porta ao amigo em desgraça.
Louvados sejam os que esquecem o plano irrealizável.

A casa foi erguida com as pedras disponíveis.
Foi feita a revolução com os revolucionários disponíveis.
Pintado foi o quadro com as cores disponíveis.

Comeu-se do que havia.
Deu-se a quem precisava.
Falou-se com os presentes.
Trabalhou-se com a força, o saber e acoragem de que se dispunha.

O descuido não se perdoa.
Era talvez possível fazer mais...
Pedem-se desculpas.
E daí?

Bertolt Brecht

sexta-feira, novembro 10, 2006

o Webmail nu e cru

Resposta de um pai ou Como a vida em África forja o humor negro

"Querida filha,

Obrigado pelos parabéns. É realmente a 27, mas oficialmente sou mais novo 1 dia, é a 28.
(...) mas sabes, tenho andado numa correria incessante agora com
esta coisa de ser responsável de uma fábrica, que nunca tinha imaginado vir
a ser e que me dá "água, ou melhor gasosa, pela barba"*.
Pelo Huambo quase tudo na mesma, muita "opópia"/"dikelengo" (paleio) e pouco
mais. Neste pouco mais há bué de chineses, mas por enquanto ... . A rastejar
vamos ... como diz o amputado.

Também está a chover buélelé, pelo menos temos água. Já passámos da Estação
da Poeira (em que também houve buélelé desse material) para a Estação da
Lama.

Aquele abraço, extensivo a familiares e amigos."

(*) fábrica de engarrafamento de coca-cola e outros refrigerantes


Inicia no dia 25 de Novembro às 18h (e prolonga-se pelos dias 26 de Novembro
e 1, 2 e 3 de Dezembro, entre as 16 e as 20h), a apresentação dos diários gráficos
de Raquel Pedro.
Mais I Menos (MIM) é uma selecção de cerca de 350 páginas de desenhos, colagens
e outras assemblagens que Raquel Pedro realiza diariamente desde 2004.
Esta instalação resulta de uma disciplina de “fazer” uma folha por dia, um registo
autobiográfico que associa o jogo gráfico a uma escolha precisa de diferentes
materiais. É um período de tempo arquivado que se desdobra no Monte*, de
maneira mais i menos rigorosa.

Bora todos ver a exposição da Raquel!

(*) O Monte § Rua do Monte Olivete, 30A, r/c 1200-280 Lisboa
ao Príncipe Real (perpendicular à Rua da Escola Politécnica)