Falta de Certezas ≠ Dúvidas
Há alguns dias atrás dei-me conta que, com o passar dos anos vou tendo cada vez menos certezas mas que isso não significa que tenha cada vez mais dúvidas. E também não significa que tenha deixado de reflectir sobre as coisas. É apenas um depurar do pensamento: as certezas que tenho tornam-se cada vez mais estruturais e as ideias passam por uma espécie de teste prévio antes de serem assimiladas. Isto parece muito esquemático mas é a melhor forma que encontrei para explicar o que julgo ser, sem modéstia nem vaidade, o amadurecer.
Nisto, dei-me também conta que essa forma de assimilar as coisas passou para o meu discurso - hoje falo com muito mais pontos de interrogação, escuto mais e respondo directamente às questões, digo mais vezes que as opiniões que tenho são apenas opiniões.
Até que hoje vi este video e, para além de ficar fascinada com a relação tipografia/texto - Signo/significante, detive-me na mensagem para me aperceber que talvez a minha falta de certezas seja interpretada como, diz o poema do video, um convite a que os outros pensem como eu, tenham as mesmas supostas incertezas.
... E o que dizer do ponto de interrogação nesta frase e da palavra talvez na anterior?
Typography from Ronnie Bruce on Vimeo.
2 comentários:
Fala com convicção quem acredita no que diz.
mesmo que seja a colocar interrogações... :)
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