segunda-feira, setembro 05, 2005

*Vermelhices (Comentários Políticos) XXXIV*

40 mil professores desempregados.

Um número.

Para quem não sente soa ao mesmo que dizer 20 000 professores desempregados.

Também não é diferente de dizer 5 mil professores desempregados.

Para os mais desinteressados, dizer 40 mil professores desempregados ou 400 professores desempregados provoca a mesma reacção.

Um número.

Como quem diz 40 mil grãos de arroz, ou 40 mil litros de água, ou 40 mil kilómetros.

Façamos a experiência; escrever 40 mil professores desempregados de maneiras diferentes:

Quarenta mil professores desempregados;

40 mil professores desempregados;

40 000 professores desempregados;

20 000 professores desempregados + 20 000 professores desempregados;

10 000 professores desempregados + 10 000 professores desempregados

+ 10 000 professores desempregados + 10 000 professores desempregados;

5 000 professores desempregados + 5 000 professores desempregados + 5 000 professores desempregados + 5 000 professores desempregados + 5 000 professores desempregados + 5 000 professores desempregados + 5 000 professores desempregados + 5 000 professores desempregados;

1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados
+ 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados + 1 000 professores desempregados;

500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados +500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados +500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados + 500 professores desempregados;

Continuamos?

São 40 mil frustrações, 40 mil angústias, 40 mil cordas na garganta, 40 mil futuros incertos, 40 mil famílias sem perspectivas.

...

Como é que o Sócrates aguenta tantas frustrações, tanta angústia e tamanha falta de perspectiva? Simplesmente porque governa números.

… Um dia destes ainda lhe vamos mostrar 40 mil indignações, 40 mil revoltas, 40 mil vozes a dizer BASTA! E um pontapé no cú que o fará voar 1 km por cada professor desempregado, indo parar … ao extremo oriente.

40 mil professores desempregados

… e eu sou um deles.

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