Quando calçada gosto de pisar o chão de madeira ou da rua, descalça o relvado ou a areia molhada na praia.
Na noite gosto do cheiro do incenso de jasmim, de dia do cheiro a tangerina.
Com amigos bebo rum, se sozinha chá marroquino.
Quando estou triste visto-me de azul, quando alegre de vermelho.
Se estou deitada sonho, se me levanto observo.
E o futuro seduz-me e trai-me, deixa-me tranquila, engana-me e foge.
É como o amor por que espero e nunca chego a saber se sabe a uvas ou a vinho.
Vou sendo o ninho que deseja ser ave até ao dia em que:
Pisarei a rua para me poder calçar, colherei tangerinas para que amanheça, beberei rum para brindar com amigos, vestir-me-ei de vermelho para me alegrar, observarei o mundo para me levantar.
Escolherei o teu sabor e chegarás…
E então: andarei descalça no chão de madeira, acenderei incenso durante o dia, tomarei chá acompanhada, vestir-me-ei de azul e sorrirei.
Serei a ave que deseja o ninho.
Mas o futuro seduz-me e trai-me, deixa-me tranquila, engana-me e foge.
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