sexta-feira, março 02, 2007

Quando calçada gosto de pisar o chão de madeira ou da rua, descalça o relvado ou a areia molhada na praia.

Na noite gosto do cheiro do incenso de jasmim, de dia do cheiro a tangerina.

Com amigos bebo rum, se sozinha chá marroquino.

Quando estou triste visto-me de azul, quando alegre de vermelho.

Se estou deitada sonho, se me levanto observo.

E o futuro seduz-me e trai-me, deixa-me tranquila, engana-me e foge.

É como o amor por que espero e nunca chego a saber se sabe a uvas ou a vinho.

Vou sendo o ninho que deseja ser ave até ao dia em que:

Pisarei a rua para me poder calçar, colherei tangerinas para que amanheça, beberei rum para brindar com amigos, vestir-me-ei de vermelho para me alegrar, observarei o mundo para me levantar.

Escolherei o teu sabor e chegarás…

E então: andarei descalça no chão de madeira, acenderei incenso durante o dia, tomarei chá acompanhada, vestir-me-ei de azul e sorrirei.

Serei a ave que deseja o ninho.

Mas o futuro seduz-me e trai-me, deixa-me tranquila, engana-me e foge.

Quem são as aves?

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