quarta-feira, maio 30, 2007

Fotos da Greve Geral

Nas fotos

Piquetes:
nos estaleiros da Câmara Municipal da Amadora às 22h00 e às 6h30 (Recolha do Lixo - adesão a cerca de 95%);
na Sotancro às 23h00 e às 07h00;
na Vimeca às 03h00 (a administração presente chamou a GNR e substituiu o primeiro motorista - o que levou à saída dos autocarros);

Visita à Pereira da Costa (onde se encontram acampados trabalhadores com salários em atraso há 7 meses);

Escolas fechadas:
EB 2,3 Pedro D'Orey da Cunha (Damaia);
ES Padre Alberto Neto (Queluz)
ES Fernando Namora (Brandoa)
EB1/JI Sacadura Cabral (Brandoa)
EB 2,3 Sophia de Mello Breyner (Brandoa)
EB 2,3 de Alfornelos
JI nº2 de Queluz

Autarquias fechadas:
JF Venteira;
JF S. Brás
Gabinete Técnico do Casal de S. Brás (Alfornelos);
JF Alfornelos;
Biblioteca Municipal da Amadora;
Biblioteca Infantil (Venteira);

Outros fechados:
ABCD (Brandoa)

Termino por aqui a minha ronda.
A LUTA CONTINUA!



terça-feira, maio 29, 2007

ESTOU EM GREVE! ATÉ QUINTA!



26, 28, 29 e 30

28 de Maio é um péssimo dia.
30 será bom.
Estamos no limbo, a 29.

1926 foi um mau ano. Mas nesse ano já existia a célula nº 26 do PCP - a célula da Amadora.
Em 2007 continua a combater os 28 e a lutar pelos 30.
Caro SIS, amanhã estarei com a célula nº26.

segunda-feira, maio 28, 2007

Zizurkil

Imagine que você vivia numa terra chamada Zizurkil. Imagine que nas eleições autárquicas o partido em quem votou (um partido legal) saia vencedor. Imagine que o seu voto e o de todos os que votaram como você apareciam no edital dos resultados como... nulos (sem que a lista tivesse desistido ou apresentado irregularidades processuais mas, tão só, porque defendia ideias diferentes).


Isto passa-se a cerca de 800 km de Portugal, no País Basco. Decorreram hoje eleições locais no estado espanhol. A ANV (Acção Nacionalista Basca), um pequeno e antigo partido de esquerda, que até agora tem sido considerado na legalidade pelas autoridades espanholas, recebeu os votos da esquerda independentista basca depois do apelo feito pelo ilegalizado Batasuna. No entanto, metade das suas listas foram anuladas. Não sem antes terem sido anuladas todas as listas apresentadas por uma outra organização criada no âmbito destas eleições. O resultado para esquerda independentista é bastante positivo se somarmos, como fez o Gara, todos os votos expressos na ANV (os considerados e os anulados).
Imagine agora como será a vida em Zizurkil (ou outras terras no País Basco) onde 5 dos 11 eleitos não têm qualquer legitimidade para assumirem estes cargos do poder local.



sábado, maio 26, 2007

Encontro Nacional de Cultura, Greve Geral e Loucura quase-artística

Estava eu no Encontro Nacional de Cultura do PCP - uma excelente iniciativa, um debate enriquecedor, um espírito de grande combatividade e fraternidade - e zás, os meus dedos ganharam vida própria e puseram-se a falar uns com os outros.

INFORMAÇÃO ALTERNATIVA

Como já se advinha, os órgãos de comunicação social ditos de referência não desempenharão o seu papel (e obrigação constitucional) de informar devidamente os portugueses sobre o que se vai passar no dia 30 de Maio. Assim sendo, o PCP através dos seu meios (claramente limitados) procurará colmatar essa falta e vai colocar, neste dia, o seu o site e o site da organização de Lisboa, inteiramente ao serviço desta jornada de luta, transmitindo com actualizações regulares, informações sobre a greve. Também a rádio comunic vai manter uma emissão continua entre 00h00 e as 19h00 do dia 30.





quarta-feira, maio 23, 2007

Piruette SEMPRE!


09/01 - 05/07 - ... e sempre.
video

terça-feira, maio 22, 2007

As incompreensões/compreensões sobre a arte

Do figurativo ao abstracto.
Do abstracto ao figurativo.
Análise e síntese.
Síntese e nova análise.
"Cumprimentamos o homem valente
que se lançou no abismo
a fim de ressuscitar entre os mortos
sob uma forma nova (...)
6, 5, 4, 3, 2, 1, até 0,
no outro extremo uma linha nova
0, 1, 2, 3, 4, 5, ..."
Das caras com rosto
aos rostos sem cara.
Todo o trabalho feito em condições de liberdade é criativo
dizia Marx
por isso, se formos livres nas ideias,
somos/seremos capazes de inventar e inventar e inventar...
Capazes de interpretar e interpretar e interpretar...
Capazes de criar e criar e criar...
E de construir e construir e construir...
...
Já aí vem a cavalaria vermelha


sábado, maio 19, 2007

António Afósforos - a tristeza do ditador que se achava democrata

História 9

Ele chumbava o que os outros propunham. Depois dizia que punha em prática o que chumbara.

Nota: A falta de democracia não estava no votar contra as propostas dos outros, mas no dizer que punha em prática o que fora reprovado.

A tristeza, essa sim, residia na hipocrisia do discurso da unidade e da mobilização e na prática do preconceito e da divisão.

Sugestão do António - O sindicalismo pós-moderno do SPGL

História 8

A unidade era verde. Veio um burro e comeu-a.

sexta-feira, maio 18, 2007

quarta-feira, maio 16, 2007

Pronto!
Porque non in solo pane vivit homo pedi dinheiro emprestado para rumar ao sul (pago assim que receber o salário).



Um festival que será um grande prazer para os olhos e ouvidos. A contenção do défice obriga a que não seja muito mais do que isso, eventualmente talvez para os cheiros. Mas pouco me importa. O prazer estético e a companhia dos amigos satisfazem-me em grande medida. Dormir no carro, banho de fonte, comer e beber o mínimo serão sacrifícios compensados.

Trarei fotografias para partilhar essas visões no ververmelha.

Depois entramos na recta final da mobilização para a Greve Geral. A escola está coberta de panfletos e cartazes. Par a semana reuniões de mobilização. Amanhã a AGS do SPGL.

... Oiço entretanto alguns sonzinhos para me ambientar ao clima do fim-de-semana


Autobiografia triste - parte 2

História 7

O refogado só levou alho - é a crise.
Em 1980 passei um mês a comer carapau - era a guerra.

segunda-feira, maio 14, 2007

Autobiografia triste

História 6

Hoje a sopa estava demasiado líquida.
Falta-nos dinheiro para comprar as batatas.
Onde vamos parar?

sábado, maio 12, 2007

Meias liberdades

Finalmente o calor!

Na quarta estive nas Azenhas do Mar: escutei as ondas, senti o sabor da maresia nos lábios e quase molhei os pés.
… - Mas as vertigens invertidas perante a visão das paredes rochosas que à minha volta se elevam provocam-me um misto de insegurança e sublimidade.






Na quinta andei por Lisboa: subi e desci ruas perfumadas de rio e animadas de lojas sob uma ampla e viva luz.
… - Chegada ao destino procuro explicar a um ser insensível que não tenho dinheiro para pagar a conta do telefone e até tive de fazer uns kilómetros a pé para lhe explicar o sucedido.



Na sexta a noite foi de pichagens: entre latas, trinchas, cigarros e telemóveis, iluminados pela luz municipal que resiste apesar da queda do executivo camarário, rindo e pintando as paredes dessa cidade dentro da cidade e que dizem universitária. Com preto e vermelho gritam agora, a quem passa e olha, o apelo à greve geral.
… – Concluo que a polícia pauta a sua acção segundo opiniões estéticas mais do que pelo cumprimento da lei.

quinta-feira, maio 10, 2007






CONDIÇÃO DO ARTISTA: A HIGIENE

História 5

Um pintor provocador não foi reconhecido.

Morreu na sargeta.

Hoje está nos melhores museus.

Mas antes lavaram-no!

terça-feira, maio 08, 2007

Contra a Censura!



É uma vergonha! A televisão pública, 33 anos depois do 25 de Abril, procura calar a voz mais consequente do panorama político português.
É uma vergonha não só porque atenta contra a liberdade de informar e o direito de ser informado mas, sobretudo, porque já deviam saber que contra a força da razão não há mordaça que resista.


Os tempos modernos não começam de uma vez por todas.
Meu avô já vivia numa época nova.
Meu neto talvez ainda viva na antiga.

A carne nova come-se com velhos garfos.

Época nova não a fizeram os automóveis
Nem os tanques
Nem os aviões sobre os telhados
Nem os bombardeiros.

As novas antenas continuaram a difundir as velhas asneiras.

A sabedoria continuou a passar de boca em boca.


Bertolt Brecht

sábado, maio 05, 2007

A GREVE

A melhor explicação sobre o significado de greve:

“Eu vou te contar: no princípio, em Cuba, estávamos sem defesa e sem resistência; este julgava-se branco, aquele era negro e havia bastantes desentendimentos entre nós: estávamos espalhados como areia e os patrões andavam sobre essa areia. Mas logo que reconhecemos que éramos todos iguais, logo que nos juntámos para la huelga

- O que é que é essa palavra: la huelga?

- Vocês dizem antes a greve.

- Eu também não sei o que isso quer dizer.

Manuel mostrou-lhe a sua mão aberta:

- Olha para este dedo como é magro, e este aqui muito fraco, e este outro não tem melhor aparência, e este infeliz, também não é muito forte, e este último sozinho e entregue a si próprio.

Ele cerrou o punho:

- E agora, será suficientemente forte, suficientemente maciço, suficientemente unido? Diremos que sim, não é verdade? Pois bem a greve, é isto: um NÃO de mil vozes que fazem apenas uma e que se abate sobre a mesa do patrão com o peso de um rochedo.

Não, digo-te: não, e é não. Nada de trabalho, nada de zafra, nem uma erva cortada se tu não nos pagas o preço justo da coragem e da dor dos nossos braços.

E o patrão, o que é que ele pode fazer, o patrão? Chamar a polícia. É isso. Porque esses dois são cúmplices como a pele e a camisa. E carreguem sobre estes rufias. Não somos rufias, somos trabalhadores, proletários, é assim que se diz, e ficamos em filas teimosos debaixo da tempestade; há quem tombe, mas o resto aguenta-se, apesar da fome, da polícia, da prisão, e entretanto a cana espera e apodrece no pé, a Central espera com os dentes dos seus moinhos desocupados, o patrão espera com os seus cálculos e tudo o que ele tinha descontado para encher os seus bolsos e finalmente, ele é obrigado a negociar: então o quê, diz ele, não podemos conversar?

Certo, podemos conversar. Ganhámos a batalha. E porquê? Porque estamos soldados numa única linha como os ombros das montanhas e quando a vontade do homem se torna grande e dura como as montanhas não há força na terra ou no inferno para a abanar e destruir.


Tradução livre de “Gouverneurs de lá rosée’ Jacques Roumain. Les éditeurs français réunis, 1946

Existe também uma edição portuguesa sob o título “Os governadores do orvalho”, publicada pela Caminho, na colecção “Uma terra sem amos”, em 1979, cuja tradução é de José Saramago.

sexta-feira, maio 04, 2007

Não há festa como esta!



Faltam 4 meses para o maior evento político-cultural do país.
Na Atalaia os trabalhos já começaram.
Compra já a tua EP!

ECOLOGIA

História 4

As canetas revoltaram-se contra o uso indevido dos seus recursos:

Gastar tinta para dizer disparates.

quarta-feira, maio 02, 2007

Sobre a festa de ontem


No dia 1º de Maio os trabalhadores festejaram.
Assim legendei esta mágnifica obra de arte realizada na minha 2ª classe, em 1982.
25 anos depois continuo ainda a pensar no 1º de Maio como a grande festa dos trabalhadores, com mais ou menos chuva (agora mais), com mais ou menos gente (agora mais), com mais ou menos razões de luta (agora mais).