Meias liberdades
Finalmente o calor!
Na quarta estive nas Azenhas do Mar: escutei as ondas, senti o sabor da maresia nos lábios e quase molhei os pés.
… - Mas as vertigens invertidas perante a visão das paredes rochosas que à minha volta se elevam provocam-me um misto de insegurança e sublimidade.
Na quinta andei por Lisboa: subi e desci ruas perfumadas de rio e animadas de lojas sob uma ampla e viva luz.
… - Chegada ao destino procuro explicar a um ser insensível que não tenho dinheiro para pagar a conta do telefone e até tive de fazer uns kilómetros a pé para lhe explicar o sucedido.
Na sexta a noite foi de pichagens: entre latas, trinchas, cigarros e telemóveis, iluminados pela luz municipal que resiste apesar da queda do executivo camarário, rindo e pintando as paredes dessa cidade dentro da cidade e que dizem universitária. Com preto e vermelho gritam agora, a quem passa e olha, o apelo à greve geral.
… – Concluo que a polícia pauta a sua acção segundo opiniões estéticas mais do que pelo cumprimento da lei.
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