segunda-feira, julho 30, 2007
terça-feira, julho 24, 2007
Notas:
Vou de fériazinhas (alguns diazitos para Sines).
Já me perguntaram se fiz greve aos blogues. A resposta é não. Todos os anos por esta altura tenho uma crise inspiração verbal e fico algum tempo sem "postar" como se pode constatar pelo arquivo. A somar a isto estão os quinhentos mil afazeres do final do ano lectivo (a propósito alguém sabe em que pé está a questão da avaliação do desempenho docente? A diarreia legislativa da ministra dos últimos tempos foi publicada? como raio sei como vou ser avaliada? faço um relatório ao abrigo das normas anteriores? fico à espera das novas? e essa merda da prova para ingresso? Já não é suficientemente estúpido acharem que nem sequer posso fazer uma prova para poder dar aulas e ao mesmo tempo exigirem-me o relatório da actividade docente, ainda tenho de andar a fazer acrobacias e malabarismos para sobreviver na escola sob o tribunal da santa inquisição?), as tarefas para a festa do avante! a batalha com a TerminalA, as mil contas para pagar, e muitas outras coisas que não cabe aqui enumerar.
Assim sendo ando pouco produtiva no que diz respeito à vida cibernética.
Não me esqueci, no entanto, que tenho uma viagem para acabar de contar, uma história e centenas de fotos da ida ao Sardoal para colocar no ververmelha.
Espero brevemente cumprir estes compromissos do mundo virtual e ainda fazer uma apreciação sobre o debate da nação.
Publicada por Irene Sá à(s) 11:19 da tarde 0 comentários
As coisas que se ouvem nos programas da tarde da TVI
Júlia Pinheiro: "então porque é que foi expulsa?"
Zita Seabra*: "fui acusada de ter hábitos burgueses, da forma como me vestia e os sítios que frequentava...
...
...
e de ter jantares conspirativos lá em casa com um grupo de amigos... e é verdade, todas as quartas jantavam lá em casa o Magalhães, o Vital Moreira, etc..." respondeu.
...
...
"... e também é verdade que conspirávamos" acrescentou com ligeireza, rindo e com ar de que era apenas um pormenor acessório
"... e também é verdade que conspirávamos"
"... e também é verdade que conspirávamos"
"... e também é verdade que conspirávamos"
"... e também é verdade que conspirávamos"
"... conspirávamos"
"... conspirávamos"
"... conspirávamos"
"... conspirávamos" para que conste.
* Para quem não sabe, Zita Seabra é o exemplo acabado do que é uma não-pessoa: é conhecida por aquilo que não é (comunista) e não pelo que é (uma tiazorra parola frustrada e reaccionária).
Está há quase tantos anos fora do PCP como os que militou nele, diz que contrariamente ao que vaticinou Álvaro Cunhal (que não seria nada depois da expulsão) foi muita coisa. No entanto, só tem tido cargos graças à sua condição de dissidente, ninguém a considera pelo seu mérito próprio.
Numa entrevista recente ao DN afirmou:
"Sobre a minha vida depois de 1989 não quero falar. Não gosto de falar da minha vida privada e só a abordo no livro quando é relevante para a política. Devia ser uma regra dos políticos, embora seja uma fronteira difícil. Se calhar se tivesse entrado em domínios mais privados, quer da minha vida quer da do dr. Cunhal, vendia mais..."
Talvez não queira falar sobre a sua vida depois de 1989 porque nada tem de politicamente relevante (a não ser o oportunismo e o vira-casaquismo mais surpreendente da história portuguesa). E o que se pode dizer então sobre as coisas que diz sobre os gostos pessoais de Álvaro Cunhal, sobre o marido, sobre o seu modo de vida? É relevante para a política dizer que Cunhal gostava de canetas?
... E dizer na televisão que os jantares em sua casa eram conspirativos? trata-se de uma simples adjectivação? é um domínio privado ou, aí sim, um aspecto da sua vida privada relevante para a politica?
Publicada por Irene Sá à(s) 3:57 da tarde 2 comentários
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Esta ministra gosta de contar piadas
... Podiam começar por arranjar as campainhas para chamar os funcionários...
E contratar funcionários!
Lá na escola o pessoal já ficava contente se nas turmas com mais de 28 alunos todos se pudessem sentar...
Eu agradecia não ter de gastar dinheiro meu para comprar cola, guache, lápis de cor,...
"2007-07-23
Discurso da Ministra da Educação na apresentação do Plano Tecnológico da Educação
O Plano pode resumir-se em duas palavras: modernizar e melhorar.
Escola pública como plataforma de acesso universal à informação e ao conhecimento.
O que hoje se anuncia é a abertura de concursos ou de procedimentos administrativos para a aquisição por parte do Ministério da Educação de um conjunto vasto de equipamentos, conteúdos e serviços tecnológicos para dotar as escolas de meios mais modernos para o ensino e para a sua organização.
O plano tecnológico da educação pode resumir-se em duas palavras: modernizar e melhorar.
Modernizar e melhorar a escola, as práticas de ensino e os resultados escolares dos alunos.
Os alvos deste plano são portanto as escolas, os professores e os alunos.
Os objectivos são modernizar a escola e as condições de ensino, melhorar as práticas de ensino e os resultados escolares dos alunos.
Deste plano de intervenção, realço apenas alguns dos equipamentos ou serviços que serão colocados nas escolas:
- sistema de cartão electrónico de aluno a instalar em todas as escolas do 2.º e 3.º ciclo e secundárias;
- sistemas externos de vigilância e alarme a instalar em todas as escolas do 2.º e 3.º ciclo e secundárias. A instalação destes sistemas em todas as escolas deverá estar concluída em Abril de 2008;
- aumentar a velocidade de ligação à Internet em todas as escolas do 2.º e 3.º ciclo e secundárias, bem como nas escolas do 1º ciclo com mais de 100 alunos, para pelo menos 4Mbites e nas restantes escolas do 1º ciclo para pelo menos 1Mbite, já a partir de Setembro. O plano prevê que, com o lançamento do novo concurso internacional, um aumento progressivo da velocidade até pelo menos 48Mbites;
- Internet em todas as salas de aula e em toda a escola, biblioteca, recreio e espaço exterior. Isto é a instalação de redes locais que permitam a melhorar as ligações no interior da escola e entre escolas, já a partir de Abril de 2008;
- kit sala de aula: dotar as salas de aula de um quadro interactivo, um computador, um vídeo projector e uma impressora. Até ao segundo trimestre de 2008, serão instalados cerca de 9000 quadros interactivos e mais de 20 000 computadores, vídeo projectores e impressoras;
- computadores em número suficiente para todos os alunos, nas bibliotecas, nas salas TIC, nos centros de recursos, de forma a atingir, já em 2010, a meta de um computador por cada dois alunos.
A produção de conteúdos e o desenvolvimento de plataformas de acesso à informação e ao conhecimento são também dimensões decisivas deste plano tecnológico.
No seu conjunto, este Plano integrado dotará as escolas dos meios tecnológicos mais modernos, hoje disponíveis no mercado, permitindo a todas as escolas o acesso a equipamento tecnológico que sustente a modernização dos procedimentos administrativos e pedagógicos, desde a entrada da escola até à sala de aula, passando pela secretaria, a biblioteca, e os espaços de convívio.
Modernizar e melhorar a escola, as práticas de ensino, significa:
- desburocratizar e desmaterializar os actos da matrícula, o registo da informação, as compras e aquisição de serviços de cantina, bar e papelaria: substituir o dinheiro e o papel por um clique;
- facilitar a informação e o contacto entre a escola, os professores e as famílias;
- melhorar as condições de vigilância e de segurança nos espaços exteriores da escola, protegendo a escola e aumentando a confiança dos alunos e famílias;
- permitir aos professores efectivas condições de uso dos computadores em sala de aula, nos processos de ensino e de avaliação, na preparação de aulas e no acompanhamento dos alunos;
- criar condições para um ensino mais participado, no qual se valorizem as dimensões associadas ao fazer e saber fazer e portanto mais exigente no envolvimento dos alunos e no trabalho por eles realizado
- criar condições para que as tecnologias, os computadores e a Internet sejam ferramentas de ensino transversais a todas as disciplinas, para que sejam efectivas ferramentas de trabalho de professores e de alunos;
- permitir o acesso de todos os alunos à informação e ao conhecimento através dos computadores e da Internet, em condições de igualdade. Sabemos que a grande maioria dos nossos alunos do ensino básico e secundário (65%) não têm acesso em casa a estes meios, que são hoje indispensáveis para o estudo e o trabalho escolar.
Este programa de modernização e melhoria da escola e das práticas de ensino, que abrange todas as escolas permitirá diminuir a desigualdade entre as nossas escolas, elevando o seu nível médio de qualidade, isto é, nivelando por cima.
A qualidade do ensino e dos equipamentos é essencial.
Diria que a qualidade é a primeira condição para que a escola pública seja efectivamente uma plataforma de acesso universal a recursos de informação e de conhecimento, para que contribua efectivamente para mitigar as desigualdades sociais e económicas dos alunos e, sobretudo, para mitigar os efeitos destas desigualdades nos resultados escolares dos alunos."
Publicada por Irene Sá à(s) 3:38 da tarde 0 comentários
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terça-feira, julho 17, 2007
As vidas planeadas que poderíamos ter tido
Publicada por Irene Sá à(s) 1:52 da manhã 0 comentários
Etiquetas: amigos
quinta-feira, julho 12, 2007
Neruda SEMPRE!
Nos 103 anos do seu nascimento Mais dois poemas dO POETA
LA GRAN ALEGRÍA
La sombra que indagué ya no me pertenece.
Yo tengo la alegría duradera del mástil,
la herencia de los bosques, el viento del camino
y un día decidido bajo la luz terrestre.
No escribo para que otros libros me aprisionen
ni para encarnizados aprendices de lirio,
sino para sencillos habitantes que piden
agua y luna, elementos del orden inmutable,
escuelas, pan y vino, guitarras y herramientas.
Escribo para el pueblo, aunque no pueda
leer mi poesía con sus ojos rurales.
Vendrá el instante en que una línea, el aire
que removió mi vida, llegará a sus orejas,
y entonces el labriego levantará los ojos,
el minero sonreirá rompiendo piedras,
el palanquero se limpiará la frente,
el pescador verá mejor el brillo
de un pez que palpitando le quemará las manos,
el mecánico, limpio, recién lavado, lleno
de aroma de jabón mirará mis poemas,
y ellos dirán talvez: "Fue un camarada".
Eso es bastante, ésa es la corona que quiero.
Quiero que a la salida de fábricas y minas
esté mi poesía adherida a la tierra,
al aire, a la victoria del hombre maltratado.
Quiero que un joven halle en la dureza
que construí, con lentitud y con metales,
como una caja, abriéndola, cara a cara, la vida,
y hundiendo el alma toque las ráfagas que hicieron
mi alegría, en la altura tempestuosa.
(Canto General)
SIEMPRE
Aunque los pasos toquen mil años este sitio,no borrarán la sangre de los que aquí cayeron.
Y no se extinguirá la hora en que caísteis,
aunque miles de voces crucen este silencio.
La lluvia empapará las piedras de la plaza,
pero no apagará vuestros nombres de fuego.
Mil noches caerán con sus alas oscuras,
sin destruir el día que esperan estos muertos.
El día que esperamos a lo largo del mundo
tantos hombres, el día final del sufrimiento.
Un día de justicia conquistada en la lucha,
y vosotros, hermanos caídos, en silencio,
estaréis con nosotros en ese vasto día
de la lucha final, en ese día inmenso.
(Canto General)
Publicada por Irene Sá à(s) 1:02 da manhã 0 comentários
Etiquetas: ARTE DE TRANSFORMAR, Neruda, poesia
terça-feira, julho 03, 2007
segunda-feira, julho 02, 2007
Viagem a Euskal Herria 3
Gasteiz - as primeiras horas (continuação)
Chegámos rapidamente a casa de A. Na zona do “Casco Viejo”,” Alde Zaharra” ou “Almendra Medieval”. Imediatamente duas gatinhas procederam à operação de identificação das duas estrangeiras. Uma, a mãe, branca, mais calma e desconfiada, outra, a filha, de pelo comprido, curiosa e irrequieta. Não decorei o nome da segunda, a primeira chamava-se Blanqui. Ambas dedicaram-se o resto da noite a morder os pés da M. e a aninharam-se entre as minhas pernas.
Dormimos cerca de 4 horas e de manhã fomos com a A. encontrarmo-nos com o M. e outros companheiros e companheiras. Assim conhecemos a Calle Cuchilleria (de que o B. já nos tinha referido) e, mais em pormenor, o Erdizka (um bar, café, ponto de encontro e restaurante) que constantemente me fazia lembrar a “Gradisca” de Amarcord, no entanto esclareceram-me mais tarde que o nome nada tinha de tão “poético”, que significava “meio” e que assim se chamava porque estava no meio da rua.
Foi bom rever o M. Parecia muito mais descontraído e feliz do que nas vezes que o vi em Portugal. Parecia-me até maior, mais robusto e com um sorriso mais aberto.
Do Erdiska passámos à porta do lado, à sede da Askapena, a primeira impressão que tive é foi a de uma livraria alternativa. Havia livros à venda por todo o lado. Rapidamente mudei de opinião quando começámos, os que estávamos e os que entretanto chegaram, a levar caixas e caixas de comida de um pequeno armazém na sede para o porta-bagagens de um carro. Eram os mantimentos para os próximos dias.
Houve ali um momento em que eu e a M. ficámos desorientadas. Os bascos desataram a discutir em euskera, enfiámo-nos todos em dois carros e fomos…
Afinal, duas ou três ruas abaixo estacionámos e começámos a descarregar. Seria ali o nosso poiso nos próximos dias. Tratava-se de uma espécie de bar privado. Pelo que pude apurar é costume entre os bascos, juntarem grupos de amigos, quotizarem-se e alugarem espaços de convívio comuns.
Depois das descargas alguns dos rapazes desapareceram. Ficaram M, A, A2 (que conhecemos um pouco antes no Erdizka) e nós. O costume, também em Euskal Herria: as mulheres e honrosas excepções masculinas cozinham. O M e a A ficaram a confeccionar o jantar: Bacalhau. O M observou que essa era uma grande semelhança entre os bascos e os portugueses. No tempo que sobrava até partirmos para Gernika fomos dar uma volta pelo “Casco Viejo”. A2 insistiu em ser nossa guia. Eu e a M não queríamos distrair os nossos anfitriões e sublinhámos que poderíamos ir sozinhas. Não sei se por orgulho local ou se por falta de confiança no nosso sentido de orientação (apesar das muitas vezes em que referi ter uma bússola no cérebro) a vontade basca venceu e lá fomos acompanhadas pela simpática e preciosa guia A2.
À medida que íamos andando pelas ruas ela ia-nos explicando os problemas que existiam com a câmara; o clássico: o conluio do poder local com alguns interesses imobiliários e outros sectores, o favorecimento de projectos megalómanos, o desrespeito pelas pessoas, património e instituições populares. Mostrou-nos, a título de exemplo; uma desenquadrada passadeira rolante que subia duas ruas (de ligeira inclinação) para ligar dois museus e apontou-nos outras ruas habitadas por idosos e bastante íngremes, onde as referidas passadeiras faziam mais falta. Vimos também uma micro-manifestação de trabalhadores do “Ayuntamiento”, uma coisa estranha: eram 6 ou 7 pessoas atrás de um pano e aos gritos em frente à Câmara. Passámos também por alguns pontos de interesse turístico. Observámos com estranheza dois blocos enormes de pedra que, segundo a nossa cicerone, serviam para prender touros (pelo menos foi o que entendi). Mais adiante vimos uma estátua em bronze de um sujeito muito cómico, cujo nome não me lembro apesar de A2 o ter referido várias vezes. Essa figura é um tipo de Gasteiz que, todos os anos desce “dos céus” com um chapéu de chuva: uma espécie de Mary Poppins homem, artificial e basca. Passámos também por duas casas ocupadas e visitámos uma (ver foto). Essa que visitámos está ocupada há 19 anos. Funciona numa espécie de auto-gestão permanente, com um conselho de todos os participantes e organizam eventos vários para além da gestão corrente. Em Euskal Herria há muitas casas ocupadas, com mais ou menos longevidade. A2 espantou-se quando lhe disse que em Portugal se contam pelos dedos de uma mão (isto, claro, se não nos referirmos às casas ocupadas para habitação durante o PREC).
Já na volta, e antes de entrarmos no nosso quartel-general, enfiámo-nos numa espécie de claustro adjacente à Catedral gótica de Santa Maria (ver foto), onde decorrem trabalhos de arqueologia. As escavações revelaram vestígios do período paleo-cristão e das invasões bárbaras. Depois de muito teorizarmos acerca das taras dos arqueólogos e de não chegarmos a conclusão nenhuma demos por concluído o passeio.
Publicada por Irene Sá à(s) 11:02 da tarde 1 comentários
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Já saiu! nº21
Já saiu o número 21 do Pela Educação, boletim da Organização dos Professores do Sector Intelectual de Lisboa do PCP. Também disponível no professorcomunista
Publicada por Irene Sá à(s) 7:19 da tarde 0 comentários
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Breve pausa
A descrição da viagem a Euskal Herria segue dentro de momentos...
Publicada por Irene Sá à(s) 1:01 da manhã 0 comentários
Etiquetas: BASKARIA