ARTE DE TRANSFORMAR X
A Geração dos Acampamentos
Posso sorrir
Mas terei sempre nos olhos
A sombra das flores caídas,
De um cipreste perdido
Permanecendo de pé entre os escombros das aldeias
Do meu país devastado
Envolto por amargo silêncio.
Nunca a História enjeitou um povo
Do modo como enjeitou o meu,
Oferecendo a outros a sua terra...
Espalhando os habitantes aos quatro ventos.
A minha pátria adormeceu
Para além dos lamentos no horizonte
E eu permaneço aqui
De olhos sombrios,
Não por natureza
Mas por carregarem a sombra das tendas.
Os meus lábios não são mais como os das crianças
Chamando as mães
Tornaram-se como um pão seco
Deixaram de se lamentar.
Ficarei sobre o teu chão, oh pátria
Cantarei a primavera
Gritando no rosto dos derrotistas.
O inverno trás a morte
Não vos deixei abater
Erguei os braços para a luta!
Chama-nos a bandeira
Do combate pela sobrevivência
Do combate pelo regresso.
Glória ao povo martirizado
Que enfrentando os espinhos
Faz a colheita da primavera.
( Poemas para uma pátria ocupada – Palestina)
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