sábado, novembro 20, 2004

FALIF I

Comunicado (não parece, mas é!)

As FALIF, Forças Armadas de Libertação da Ilha do Faial, criadas no dia 8 de Setembro de 2004, apresentam-se hoje ao mundo. Ainda não descobri muito bem qual deve ser a sua principal missão, mas concerteza haverá qualquer coisa a libertar no Faial. Francamente só me lembro das baratas.Libertemos então o Faial das baratas! Não subestimemos a tarefa. Não é coisa fácil. Sei que esta é uma missão que reúne o acordo de toda a gente, mesmo aqueles que já não se chateiam muito com elas, tendo-se rendido (como no anúncio da TV sobre a assinatura da PT).Para levar adiante semelhante objectivo (deve ser mais fácil acabar com a fome no mundo) há que estudar bem o comportamento das baratas. Um estudo que não deve estar muito aprofundado. Ou talvez esteja; já inventaram coisas fantásticas, como aquelas armadilhas de plástico que têm um iscozinho que atrai as bichas, que comem aquilo e depois espalham no ninho – epá, tenho lido imensos rótulos dessas coisas no supermercado (o corredor dos insecticidas tornou-se no meu local de leitura preferido) -, ou aqueles dispositivos com um frasquinho que se ligam à electricidade e depois repelem as gajas e não prejudicam o resto. Seja como for, acho que se podia desenvolver qualquer coisa melhor. Se se investisse mais nestas coisas em vez de se investir em armas (até já vi na TV que elas resistem às armas nucleares por causa da queratina! Será que os abrigos nucleares são revestidos a queratina?)!. Eu, resolvi dar o meu contributo e vou tentar monitorizar (os cientistas gostam muito desta palavra, monitorizar. Antigamente pensava que tinha a ver com monitores) o comportamento das baratas.No meu quarto só apareceram 2 grandes (uma delas foi ontem), uma de tamanho médio, e várias minúsculas. Só uma delas é que não foi na casa-de-banho. Não admira! A casa-de-banho fica mesmo por cima da zona da cozinha que tem porta para o jardim. A cozinha é a baratolândia, aliás, era. Os simpáticos homens-para-todo-o-serviço do hotel andaram a desbaratizar. Mas infelizmente há sempre umas quantas que sobrevivem.Descobri então que elas têm medo do vento. Quando faz muito vento elas entram mais nas casas. Ontem estava muito vento e lá descobri outra XL na casa-de-banho. Gelei da cabeça aos pés, suores frios, fiquei encarquilhada, com a respiração ofegante. Lembrei-me então que sou a comandante suprema das FALIF e com determinação decidi aniquilá-la sem dó nem piedade. A primeira coisa que nos ocorre é esmagá-la com um sapato, mas estas tipas voam, e quando são XL voam na nossa direcção. O melhor é atordoá-la com uma vassoura (conselho da Luísa Branquinho que mora na Bica em Lisboa e lá também há baratas). Para uma mariquinhas como eu esmagá-las com o pé também é demasiado arrepiante (sentir debaixo do pé a queratina a esmagar-se, blerg!!). Sigo então o conselho da Sara Brás (que tem baratas na ilha da Armona, Algarve): primeiro o spray venenoso (as grandes precisam de muito) e depois é que as esmagamos ou esperamos aí umas duas horas até morrerem. Os meus colegas de casa são muito corajosos, eu dou gritinhos quando as vejo na cozinha, eles, sem alterarem as expressões, dão-lhes pontapés!!Quando morrem ficam com metade ou dois terços do tamanho original, deitam muito líquido escuro (parece óleo) e umas porcarias viscosas verdes e brancas quando são esmagadas: Um nojo!! Se não limpamos logo aquilo seca e já não saí. E até agarra bocadinhos das asas.Parece um exagero não é? Pois, mas a minha amiga Sílvia fartou-se gozar comigo, dizia que me faziam companhia, que os chineses até as comiam, etc., etc. e quando cá veio só viu os cadáveres e ficou horrorizada (e estavam muito mais pequenas!)Ainda só convenci um gajo a integrar as FALIF (nunca mais o vi. Terá sido devorado por baratas?) e tentei convencer uns quantos alunos. Mas tenho a certeza da nobreza dos objectivos e da simpatia geral. As FALIF vencerão!

A Comandante Suprema

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