PARABÉNS JOÃO LOPES!
Conheci o Lopes no ano da tesoura, 1994. Lembro-me muito bem da Guida (camarada responsável por acompanhar o colectivo do Técnico) dizer numa reunião da DOESL que não era necessário continuar a fazer o acompanhamento àqueles camaradas porque havia um potencial quadro que estava em condições de assumir a responsabilidade de ligação à DOESL. Assim, passados uns tempos lá apareceu o Lopes; muito calado e muito atento, constante e responsável. Eu e a SP, que conferenciávamos todo o tempo e mais algum, de vez em quando lá perguntávamos o que pensaria o Lopes. Só viemos a saber quando as coisas complicaram…. O João Lopes revelou-se muito firme, consciente, activo. Como é preciso. Daqueles camaradas que se formou sem nos apercebermos, amadureceu as suas ideias, o seu discurso, realizou um grande trabalho e optou pelos seus companheiros.
Mas antes disso ganhei um lindo lápis feito de um tronco de árvore, que numa troca de prendas veio parar à minha mão. Era do João.
Depois disso os laços de trabalho deram origem a uma sólida amizade: estivemos no Gerês e em Caminha – revelou, no meio da natureza, um profunda paixão pela… tecnologia (“mas qual é que é o papel das pulgas do mar? não podiam inventar umas máquinas para isso?” ou “porque é que aqui fazemos caminhadas de kilómetros que nos recusamos fazer na cidade?” ou a grande discussão sobre como acelerar o processo de cozedura do arroz com ervilhas no fogão camping gás. Pensamentos que lhe deram o merecido cargo de Guru); estivemos no Couço – descobrimos aí que o Lopes sabia tudo sobre fórmula 1 e futebol das décadas de 60, 70 e 80; estivemos em Góis – e não sei bem o que descobri aí porque passei muito tempo com os copos; estivemos em Vila Nova de Mil Fontes – e parece que os calções de banho dele tinham uma magia qualquer; estivemos na casa dele na Lousã (numa aldeola que não me lembro do nome) - e descobrimos que a família dele são os caciques locais, que organizam as festas da aldeia, que há fotografias dos sobrinhos em todas as divisões da casa e que a floresta à volta é um lindo cenário para a irmandade do anel (o Lopes era o Gandalf ou o Sam Wise). Enfim, estivemos em muitos sítios e fui sempre descobrindo coisas fantásticas sobre este grande amigo.
Entretanto o Lopes esteve em Espanha por cerca de uma ano, a fazer um estágio qualquer sobre aviões, e passou a ser o Lopezzzzzzzz! Deu-nos sempre relatórios completíssimos sobre a impressão que tinha dos espanhóis, nomeadamente o facto de nenhum espanhol aceitar que é espanhol. Falou-nos também de um prato estranhíssimo, que serviam no refeitório do sítio onde estava, com ovos a boiar em tomate e que se chamava qualquer coisa como ovos à portuguesa.
Trabalha nas OGMA e tem muito orgulho em trabalhar em oficinas com posters de mulheres nuas (“à operário!”), em berrar nas manifestações das OGMA: “Portas paneleiro! Devolve-nos o nosso dinheiro!”. E até já contou uma anedota ordinária! Aquela do homem que foi às putas… Mas ainda joga futebol com os engenheiros.
O Lopes faz sessões de slides para o povo cada vez que vai viajar.
É o nosso Gerard Depardieu.
É o grande manager das Komunas Flamejantes. O impulsionador da tourneé “Bifana 2003”.
É um grande camarada e um excelente amigo.
2 comentários:
Obrigado Irene. Vou-me lembrar deste texto como tu te lembraste do lápis que te ofereci.
Um abraço camarada para ti!
Camaradas, comovi-me quando li o texto da Irene. Aquele é mesmo o nosso João Lopes! Que garnde alegria poder compartilhar convosco estas memórias tão queridas!
Um abraço apertado,
Luísa
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