quarta-feira, dezembro 26, 2007
segunda-feira, dezembro 24, 2007
quinta-feira, dezembro 20, 2007
Uma sentença que revela a impotência de um Estado perante a existência de Euskal Herria
cartoon do Gara
O processo político sob formato judicial que decorreu durante dezasseis largos meses na madrilena Casa de Campo alcançou ontem a estação prevista com o resultado conhecido de antemão. A circunstância de nenhum agente político e social de Euskal Herria se ter surpreendido com o resultado deste procedimento judicial é o primeiro indício claro do carácter excepcional do ocorrido com o mega-processo 18/98. A partir daí, o facto do tribunal ter condenado a uma pena global que supera os 500 anos de encarceramento a 47 pessoas e as acuse de integrar ou colaborar com a ETA por desenvolverem tarefas de administração de empresas, de direcção de um meio de comunicação, de promoção da desobediência civil ou de difusão, tanto no contexto interno como no internacional, de um projecto político converte-se num elemento que, lamentavelmente, se situa também no âmbito do previsível. É que a sentença lida ontem pela presidente do tribunal, Angela Murillo, não revela nada de fundamental, limita-se apenas a outorgar com selo judicial os mesmos informes policiais que serviram ao juiz instrutor para deter pessoas, encerrar empresas, acabar com meios de comunicação e declarar a ilicitude de entidades que se caracterizam por ter una ampla e reconhecida trajectória pública em Euskal Herria.
Da leitura das mais de mil páginas que tem a sentença pode-se tirar uma primeira conclusão. Não no plano jurídico, pois nesse âmbito há vozes mais doutas para emitir opinião, senão no campo da análise das implicações políticas e sociais que acompanham esta condenação anunciada. Seguramente contra a vontade do tribunal, a sentença destila ignorância e incompreensão sobre o que se passou em Euskal Herria desde a morte na cama do ditador Francisco Franco até aos nossos dias. O tribunal tinha-o demonstrado já no julgamento e corrobora-o nesta sentença de deficiente redacção: não conhece as pessoas que julga, não conhece as entidades que criminaliza e não compreende os motivos dos seus compromissos pessoais e colectivos. O tribunal não oculta a sua estupefacção ante atitudes que não encaixam no modus operandi da democracia vigiada de que se dotou o Estado espanhol no final do franquismo.
A sentença castiga conselheiros e jornalistas do diário «Egin» e aplica-lhes as penas mais elevadas. O tribunal relata-nos, entre balanços contabilísticos que vêm constatar a precária situação económica desse media, que o «Egin» tinha entre as suas prioridades «denunciar sistematicamente a corrupção política e económica» ou defender os «valores culturais autóctones e em especial o euskara». O tribunal condena sem se perguntar porque é que milhares de leitores bascos (e do Estado) buscavam informar-se nesse órgão que o surpreendido tribunal assinala que surgiu com contribuições populares e que procurou aliviar as suas contas com colectas entre os cidadãos e organizava uma festa anual para o mesmo efeito. O tribunal tenta julgar, mas não pode, uma parte da história de Euskal Herria, neste caso do jornalismo basco.
O tribunal escreve que os condenados declaram-se militantes do movimento ecologista, activistas do movimento popular, militantes de KAS, representantes de organizações internacionais com sedes abertas ao público em capitais europeias, membros de Ekin, ... O tribunal, no entanto, não sabe explicar porque é que, sabendo-se que a tese de Garzón passava por vincular todas estas actividades à ETA e de que isso poderia implicar, como aconteceu, largas penas de prisão, estas pessoas fizeram gala perante o tribunal das ditas actividades. O tribunal não entende, seguramente, que estas pessoas tenham dedicado anos da sua vida à promoção de ideias, projectos, organismos, movimentos que são parte indissolúvel da história recente de Euskal Herria.
Porque, efectivamente, é disso que o tribunal trata de condenar, e não importa que para tal caia na incongruência ou no insensato de estender a integração ou colaboração com a ETA a supostos não avalizados por tribunais espanhóis superiores em categoria à Audiência Nacional. Não importa se não se tem armas nem se dá ajuda efectiva para cometer atentados. Tampouco condenar José Luis Elkoro, mesmo que isso implique «condenar» o trabalho de mediação entre a ETA e instâncias de governação do PSOE que a sentença lhe atribui.
As torturas delatam o tribunal
Trinta páginas, nada menos, dedica o tribunal a tratar de safar-se das acusações de torturas que pairaram sobre o processo. O tribunal tampouco aqui recolhe provas, constata apenas a sua incredulidade. E pese o dilacerante do caso permite-se inclusive expressões depreciativas do tipo «entre compungidas frases, xxx relatou...». Não explica o tribunal, e assim o escreve, como podem denunciar-se delitos que não encontram aval nas informações da Guardia Civil, do tribunal, da juíza, dos carcereiros... A resposta é clara para este país, mas não está ao alcance do tribunal que ontem se delatou definitivamente ao esforçar-se em argumentar o carácter não político deste processo na história de Euskal Herria.
Tradução livre do Gara
Publicada por Irene Sá à(s) 11:57 da tarde 1 comentários
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quarta-feira, dezembro 19, 2007
TODOS AO PORTO!
Publicada por Irene Sá à(s) 2:15 da manhã 0 comentários
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segunda-feira, dezembro 17, 2007
Na época do consumismo...
Publicada por Irene Sá à(s) 1:09 da manhã 1 comentários
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segunda-feira, dezembro 10, 2007
Vida de professor nos dias que correm
Faço projectos, planos, planificações;
Sou membro de assembleias, conselhos, reuniões;
Escrevo actas, relatórios e relações;
Faço inventários, requerimentos e requisições;
Escrevo actas, faço contactos e comunicações;
Consulto ordens de serviço, circulares, normativos e legislações;
Preencho impressos, grelhas, fichas e observações;
Faço regimentos, regulamentos, projectos, planos, planificações;
Faço cópias de tudo, dossiers, arquivos e encadernações;
Participo em actividades, eventos, festividades e acções;
Faço balanços, balancetes e tiro conclusões;
Apresento, relato, critico e envolvo-me em auto-avaliações;
Defino estratégias, critérios, objectivos e consecuções;
Leio, corrijo, aprovo, releio múltiplas redacções;
Informo-me, investigo, estudo, frequento formações;
Redijo ordens, participações e autorizações;
Lavro actas, escrevo, participo em reuniões;
E mais actas, planos, projectos e avaliações;
E reuniões e reuniões e mais reuniões!...
E depois ouço,
alunos, pais, coordenadores, directores, inspectores,
observadores, secretários de estado, a ministra
e, como se não bastasse, outros professores,
e a ministra!...
Elaboro, verifico, analiso, avalio, aprovo;
Assino, rubrico, sumario, sintetizo, informo;
Averiguo, estudo, consulto, concluo,
Coisas curriculares, disciplinares, departamentais,
Educativas, pedagógicas, comportamentais,
De comunidade, de grupo, de turma, individuais,
Particulares, sigilosas, públicas, gerais,
Internas, externas, locais, nacionais,
Anuais, mensais, semanais, diárias e ainda querem mais?
- Que eu dê aulas!?...
ao que consta, de Ana Manaça Correia
Publicada por Irene Sá à(s) 2:40 da tarde 4 comentários
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quinta-feira, dezembro 06, 2007
português que atropela e foge não é terrorista
Haverá manifestações de pesar e revolta amanhã em Madrid? Ao início da tarde de ontem, num controlo de tráfego em Ciudad Rodrigo, a cerca de 18 quilómetros da fronteira com Portugal, o condutor português atropelou o agente e pôs-se em fuga, acabando por ser detido já na vila fronteiriça de Fuentes de Oñoro. Até ao momento desconhece-se a identidade do detido. O agente da Guarda Civil está hospitalizado num hospital de Salamanca." in Jornal de Notícias
ou este guardia civil não foi vítima do terrorismo?
"Português detido em Espanha
Atropelou agente da Guarda Civil e pôs-se em fuga
Um cidadão português foi detido na fronteira luso-espanhola, depois de ter atropelado um agente da Guarda Civil e fugido, informaram fontes do corpo policial.
Publicada por Irene Sá à(s) 12:50 da manhã 0 comentários
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segunda-feira, dezembro 03, 2007
Mega-Processo 18/98 ou a dignidade dos bascos
Na passada sexta-feira, dia 30 de Novembro e até hoje, 3 de Dezembro, a polícia espanhola deteve 38 dos 46 cidadãos bascos arguidos no denominado mega-processo 18/98, ainda que a sentença do julgamento só esteja prevista para dentro de semanas.
Depois do aparatoso encarceramento de 23 membros dirigentes do Batasuna no passado mês de Outubro, esta foi a mais mediática das operações levadas a cabo pelo estado espanhol e serve como uma luva a satisfação de uma estratégia política de conquista da direita espanhola. É tempo de se dar provas. As eleições estão próximas.
Mas estas prisões, a somar às centenas que se têm produzido nos últimos tempos (em média duas por dia) são mais do que a demonstração do governo PSOE da sua fidelidade à direita, fazem parte de um continuado processo de censura, perseguição e agressão à esquerda independentista basca.
Importa aqui esclarecer que o mega-processo 18/98 não é uma única peça judicial mas um conjunto de processos que, guiados pela mesma matriz, cumprem os mesmos objectivos. Foi o próprio juiz Baltasar Garzón que entendeu coligir a matéria em questão de forma a tratá-la como um todo. Em todos eles se identificam as seguintes características:
- Uma mesma linha de argumentação e uma tese comum – a de que todas as pessoas, organizações, associações e partidos envolvidos pertencem à ETA.
- Uma tipologia dos presumíveis autores dos “delitos” praticados - Todas elas pertencem a organizações políticas ou organismos populares de diferentes âmbitos: comunicacional, social, político, cultural, em torno da defesa dos direitos humanos.
- A iniciativa ou o impulso da actuação e a responsabilidade da instrução e investigação. Exceptuando o processo sobre Egunkaria todos os casos foram levados ao tribunal pelo Juiz titular do Tribunal Central de Instrução Nº 5 da Audiência Nacional espanhola, Baltasar Garzón.
- Os procedimentos judiciais não encontraram provas incriminatórias sobre os delitos a que se referem, cuja autoria permanece desconhecida. Esses procedimentos são apenas de interpretação policial condicionada e muitas vezes incorrecta dos abundantes documentos.
Desde cedo, devido ao conjunto de atropelos e ultrapassagem de procedimentos normativos, à arbitrariedade, falta de rigor e isenção, ficou evidente que não se estava perante o poder judicial mas antes de uma evidente vontade política, atempadamente denunciada e provada. São de destacar alguns episódios e actuações:
- Em diversos dos casos apresentados ao tribunal, a 4ª Secção da Audiência Nacional Espanhola produziu autos que deram por infundamentadas ou despropositadas as acusações realizadas. No processo referente à associação europeia Xaki o tribunal conclui: “é claro, e assim o reconhece este Tribunal, que nenhuma aparência de ilicitude apresentam, enquanto tais, os fins da Associação Europeia Xaki, sendo uma associação que actua publicamente e que se encontra legalmente constituída”. “Prestar assistência jurídica ou sanitária aos deportados no estrangeiro, realizar acções para evitar que prosperem as petições de extradição, criticar o sistema legal espanhol, promover o reconhecimento internacional do direito de auto-determinação, e inclusive, difundir dentro e fora de Espanha a denominada Alternativa Democrática de Euskal Herria, são condutas que, por si, carecem de significação criminal, independentemente de serem realizadas por uma pessoa individual ou, conjuntamente, por várias pessoas associadas a tal fim.”
O governo espanhol (na altura encabeçado por Aznar) declarou publicamente que considerava “ especialmente grave” a decisão deste tribunal e mostrou-se convencido que era “muito difícil de entender por parte da sociedade espanhola”. Estava-se perante uma clara pressão, exercida pelo governo, sobre o poder judicial e assim, o próprio juiz Garzón encarregou-se de contrariar as decisões da referida secção e declarar a suspensão da associação enquanto “estrutura integrada na ETA”.
A continuada pressão dos poderes do estado espanhol sobre o tribunal acaba por sortir efeito e esta começa a produzir autos contraditórios (como o que se refere a Ekin) e mais tarde os seus magistrados acabam por ser destituídos.
- No caso da Fundação Joxemi Zumalabe, a nova secção da Audiência Nacional decide criminalizar a desobediência civil, um método clássico de oposição e resistência pacífica característico de um estado democrático, e integrá-la, uma vez mais, como parte de um aparelho altamente elaborado dirigido pela ETA.
- No que se refere aos jornais, o juiz Baltasar Garzón desenvolve a teoria de que ao tecerem críticas a determinadas pessoas ou entidades os jornalistas estão a assinalá-las como alvo de ataque da ETA, logo integram a organização.
- Ao longo do processo vários arguidos referiram e demonstraram terem sido alvo de tortura durante os períodos de incomunicabilidade. Alguns foram inclusive hospitalizados. O tribunal ignorou estas acusações e considerou os relatórios e as “perícias” produzidas nessas circunstâncias.
- Também o julgamento, propriamente dito, foi repleto de situações que mancham e destroem o próprio conceito de justiça – desde a juíza declarar que não se interessava pelas resoluções do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, passando pelo impedir o uso da palavra aos acusados, o negar aos advogados de defesa o acesso à documentação do processo (5 tomos, cerca de 100.000 folhas), até ao permitir que um polícia prestasse declarações em vez do citado no processo.
Apesar de toda esta informação ser, com relativa facilidade, acessível a qualquer cidadão, a comunicação social portuguesa dita de referência, distraída e acrítica, nas vésperas e no dia em que se assinalam 367 anos da restauração da independência nacional, prestando vassalagem ao poder dominante no estado espanhol, publica sobre os acontecimentos de 30 de Novembro as seguintes notícias:
“(…)envolve investigações a pessoas próximas da organização terrorista basca ETA” SIC Online
É escusado perguntar ao autor da peça se conhece os aspectos particulares do processo para produzir uma afirmação destas. A resposta, obviamente, é não. Contudo não se coíbe de dizer aquilo que não sabe.
“A Justiça espanhola emitiu hoje mandados de captura contra 46 membros de organizações separatistas bascas suspeitas de ligações à ETA.”
O Público começa por ser mais cauteloso mas acaba por revelar também falta de rigor e verdade jornalística:
“Estes elementos estão entre os arguidos do maior processo organizado em Espanha contra estruturas ligadas à rede da ETA” Publico.pt
“As pessoas alvo destes mandatos de detenção fazem parte de um conjunto de 52 arguidos do processo 18/98, que investiga entidades e organismos ligados À ETA.” Correio da Manhã
“Ordem para pender etarras
Carlos Roldán Martín, Correspondente em Madrid
A Audiência Nacional de Espanha ordenou, ao meio dia de ontem, a detenção de 46 dos 52 envolvidos no processo 18/98 contra a "Ekin", a estrutura da ETA que sustituiu à Koordinadora Abertzale Socialista (KAS), encarregada da estrutura económica, das relações internacionais, mediáticas e políticas da ETA. Até ao fecho desta edição, a Polícia e a Guarda Civil tinham já detido 20 pessoas, entre as quais se destaca Xavier Alegria, líder da KAS.” Jornal de Notícias
Carlos Roldán Martín adianta pormenores cometendo imprecisões e apresentando como verdade a tese delirante de Garzón.
“Numa ordem emitida ao início da tarde, a Audiência Nacional ordenou a detenção de 46 dos 52 arguidos do processo conhecido como 18/98, que investiga entidades e organismos ligados à organização terrorista ETA.
As detenções foram ordenadas perante «o elevado risco de fuga» depois dos juízes terem finalizado as suas decisões sobre o processo, cuja sentença deverá ser conhecida no próximo dia 10 de Maio.” Diário Digital
O Diário Digital nem se apercebe do erro grosseiro que cometeu. Adia a decisão do tribunal por 6 meses e não questiona o exagero na antecipação da prisão preventiva.
Outros como o Diário Digital dão a mesma “informação”; que “o elevado risco de fuga” determinou a antecipação da prisão.
Nenhum terá lido a declaração que os acusados fizeram em Fevereiro deste ano: “vamos ser condenados pela nossa militância política, e estamos orgulhosos”. Se a tivessem lido e com um pouco de cabeça saberiam que alguém que em Fevereiro tem consciência que vai ser preso e quer fugir não espera por Dezembro.
Poderão responder que apenas reproduziram o que vinha de uma nota de origem provavelmente ligada às autoridades espanholas (mas que nem se dão ao trabalho de identificar). E assim vão fazendo o seu trabalho, o de serem a voz do dono: nada questionando, nada investigando, aceitando tudo o que venha das fontes “oficiais” e vestindo a hipócrita farda da isenção.
Em Junho tive a oportunidade de conhecer muitos destes homens e mulheres bascas agora arguidos num processo que lembra os autos de fé da idade média. Encontravam-se “aquartelados” em Guernica. Aí se concentraram numa chamada de atenção para a sua situação. Não encontrei traços diabólicos, criminosos ou terroristas em nenhum deles. Apenas gente empenhada nas suas causas sociais, culturais, políticas, e revoltada contra a arbitrariedade, contra o abuso e a tirania do poder. Gente comovida com a nossa atenção e que de tanto quererem explicar a sua situação já não encontravam palavras. Gente solidária e patriótica. Ali encontrei um pescador que conhecia todos os portos de pesca portugueses, um jornalista que ao falar parecia declamar poesia, um advogado que era um exímio cozinheiro. Gente simples.
Gente simples esperando uma sentença de 15 anos de prisão.
E não, não fugiriam.
Enquanto escrevo estas linhas já se encheram as ruas de Bilbao com dezenas de milhar de pessoas numa gigantesca manifestação de solidariedade com esta gente simples e de revolta contra esta opressão exercida sobre o povo basco. Notícias sobre isto? nenhumas
Publicada por Irene Sá à(s) 6:41 da tarde 1 comentários
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sexta-feira, novembro 30, 2007
construção
Publicada por Irene Sá à(s) 12:50 da manhã 1 comentários
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quarta-feira, novembro 28, 2007
Publicada por Irene Sá à(s) 10:08 da tarde 1 comentários
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Isto já só lá vai à chapada!
Já me vai faltando a paciência para a democracite.
Há coisas que não são para tolerar. Da mesma forma que há coisas que não são para experimentar.
fonte da imagem
Publicada por Irene Sá à(s) 2:16 da manhã 1 comentários
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como é popular a vigança!
Olho por olho, dente por dente.
Cá se fazem, cá se pagam.
Quem ri por último, ri melhor.
A vingança é um prato que se serve frio.
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segunda-feira, novembro 19, 2007
eu, o meu pai, Diógenes, o sono e o sol
Hoje recebi uma mensagem deliciosa, daquelas que são pimbas e cheias de clichés mas que às vezes fazem falta para nos fazer rir. A mensagem contava a história da cigarra e da formiga mas tinha um final inesperado: a cigarra de tanto cantar foi "descoberta" por um grande produtor que celebrou com ela um contrato milionário e levaria para Paris. Moral da história: trabalhar sem parar só faz bem nas fábulas do La Fontaine e aos bolsos dos patrões.
Depois, e mais uma vez, fui bombardeada com aquele anúncio horrível do BES apologista da ideia contrária à mensagem que recebera, "O Cristiano Ronaldo deitado não rende", que é como quem diz: "não durmam, não descansem, trabalhem, trabalhem, trabalhem, para renderem, renderem, renderem, e depois morrerem de esgotamento. "
A seguir fui visitar o meu pai e, pela 74ª vez, ouvi-o contar a sua história favorita. Tendo em conta que anualmente, em média (nos últimos 11 anos), estou com ele duas vezes, qualquer um rapidamente deduz que ele conta a dita sempre que me vê (para além das vezes em que ma contou na minha infância e adolescência). Mas ele não a conta de qualquer maneira, assim só porque se lembra. A história vem sempre no seguimento de uma qualquer pergunta que lhe faço sobre a sua vida*. Ele responde e, como se constatasse o ridículo que é levar a vida demasiado a sério, acaba por contar a história com brilho de inveja nos olhos. E hoje, quando o ouvi falar notei que estou a ficar com uma perspectiva das coisas muito parecida com a dele. Como um dia li algures; somos cada vez mais nós próprios e cada vez mais iguais aos nossos pais.
A história é a seguinte: Diógenes, o filósofo de rua, como o foi o Paulino da Figueira-da- Foz (herói de infância do meu pai) na linha do Albino Forjaz de Sampaio (outro herói do meu pai, este pelo seu "vai para a puta de que te pariu - Albino Forjaz de Sampaio" como resposta a "o sono é a antecâmera da morte - Shakespere") estava deitado no seu barril, apanhando um delicioso e cálido sol quando Alexandre, o Grande, o visitou e colocando-se entre o filósofo e o sol perguntou o que poderia fazer por ele, ao que a resposta do homem foi: "Não me tires o que não me podes dar!"
Segundo reza a lenda, Alexandre terá dito depois: "Se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes." ... Também o meu pai... ... Também eu...
... Parece que o Sócrates morreu no dia em que o Diógenes nasceu
*filha: E como vai a fábrica da coca-cola?
pai: preferia trabalhar numa de cerveja, a coca-cola não me sabe nada bem.
na imagem "o reencontro de Diógenes e Alexandre", Pierre Pujet, 1680, Museu do Louvre
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sexta-feira, novembro 09, 2007
quarta-feira, novembro 07, 2007
Viva a Revolução de Outubro!
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quinta-feira, novembro 01, 2007
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quarta-feira, outubro 31, 2007
segunda-feira, outubro 29, 2007
sábado, outubro 27, 2007
dar uma de tête-à-tête...
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terça-feira, outubro 23, 2007
O analfabeto político
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domingo, outubro 21, 2007
A MESQUITA DE CÓRDOBA
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qual causa ambiental?
(imagem de rebelion.org)
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quinta-feira, outubro 18, 2007
quarta-feira, outubro 17, 2007
segunda-feira, outubro 08, 2007
Repressão à acção sindical docente
Mas a repressão também se vai fazendo sentir noutros pontos da penísula ibérica... (ver post anterior)
Aqui, no nosso paísito "pacato" e de "brandos costumes", vai aparecendo aqui e ali, cada vez com mais intensidade e frequência, a acção e vontade de esmagar a contestação às desastrosas políticas do Governo PS - ver o link abaixo:
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FREEBATASUNA
A caminho de Córdoba fomos surpreendidos com a notícia da detenção de 23 dirigentes do Batasuna.
O que mais me chocou foi a forma como as rádios (cujos postos íamos constantemente rodando) relatavam o acontecimento. Exceptuando uma única, nem um pingo de respeito pela esquerda independentista basca e nem uma frase lúcida sobre as causas da detenção. Passavam atestados de estupidez aos ouvintes e o fel daqueles jornalistas vinha pelo ar através das colunas do carro e já sentíamos na boca. Mudámos o posto - preferimos, apesar de tudo, as 300.000 mil músicas que vibram falando do corazón.
Imagino que a cabeça dos espanhóis seja constantemente lavada com coisas destas, a maior parte, apesar de ouvir e tanto falar no corazón, deve tê-lo perfeitamente anestesiado no que toca aos atropelos e atrocidades que são cometidas contra tudo o que cheira a independentista basco. calculo que muitos já achem natural e incontestável considerar ridícula e selvagem a luta basca pela auto-determinação.
... Mas entretanto ela trava-se.
http://free-batasuna.blogspot.com/
Publicada por Irene Sá à(s) 9:42 da tarde 0 comentários
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sexta-feira, outubro 05, 2007
outra vez anotações
A minha disponibilidade mental para postar tem sido escassa. A minha vida e avida ao meu redor fervilham com acontecimentos dignos de nota e eu sem capacidade de escrever. Ó que inveja daqueles que têm as palavras na ponta da língua ou dos dedos! Resumo-me mais uma vez a breves e frugais notas:
SPUTNIK - 50 anos - algo de estranho se passa. Os jornais internacionais têm referido muito o assunto....
Prenderam Joseba Alvarez, responsável pelas relações internacionais do Batasuna, por ter participado numa manifestação no passado dia 9 de Setembro em Donostia. No últimos tempos Joseba estava particularmente empenhado no contacto com agentes e personalidades internacionais na busca da resolução do conflito basco numa base de diálogo. Para ver a detenção clicar aqui. Para consultar artigo do gara clicar aqui.
Na véspera da detenção, na passada segunda-feira, dia 1, o ministro do Interior espanhol, Alfredo Rubacalba, veio a Portugal, assinar com governo português, um acordo para o combate ao "terrorismo"...
gostava de conhecer os termos desse acordo...
Amanhã dia 5 de Outubro, assinalam-se os 97 anos da nossa república - feita traidora à pátria vou rumar à monarquia vizinha.
No mesmo dia comemora-se o dia mundial do professor. A Fenprof vai marcar o dia no coliseu dos recreios e conta com a presença, entre outros, de José Trujillo Campos (FE CCOO, Espanha; Internacional de Educação) . Mais uma vez sou uma traidora - vou passear-me para Espanha enquanto o espanhol vem a Portugal.
A Marta fez anos!
Prosseguem os preparativos para dia 18
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quarta-feira, setembro 26, 2007
Borboletando - como fazer uma em origami
pinpilimpauxa
papallona
mariposa
papillon
butterfly
farfalla
Schmetterling
...
Sou uma romântica incorrigível
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segunda-feira, setembro 24, 2007
domingo, setembro 23, 2007
Here's to you
Sim, é certo, com um mês de atraso (na altura própria estava empenhada em edificar a mais linda das festas), mas ainda assim não me esqueci.
Sim, é certo, anarquistas, mas ainda assim um exemplo de dignidade e princípios.
Sim, é certo, foi há 80 anos e um mês, mas ainda assim uma história actual, mais uma, manchada de sangue, como outras que continuamos a assistir.
Vale a pena manter a memória viva - para que cada vez menos a história se repita.
"Nessa época havia na cidade de Boston um clube conhecido pelo Ateneu, e a esse clube pertenciam nomes ligados com o passado da cidade, com os dias há muito passados de Emerson e Thoreau. homens tais como o reitor da Universidade, que tinha presidido ao julgamento final de Sacco e Vanzetti eram poderosamente influentes nesse clube - um clube onde nunca penetrara um estrangeiro, um americano de primeira geração, um judeu ou um negro. Na manhã que se seguiu à execução, no dia 23 de Agosto de 1927, descobriu-se dentro de todas as revistas que se encontravam na sala de leitura do clube uma folha de papel. E em cada uma dessas folhas de papel liam-se as seguintes palavras: "Hoje, Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, sonhadores da fraternidade humana, que esperavam ser possível encontrá-la na América, foram submetidos a uma morte cruel pelos descendentes daqueles que á muito se refugiaram nesta terra de esperança e liberdade."
Publicada por Irene Sá à(s) 9:17 da tarde 0 comentários
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sábado, setembro 22, 2007
Dúvidas sobre o estado de alma
Colocada!
Num horário de 8 horas bem perto de casa.
…
Nem sei se fico feliz ou não.
Uma merda de um salário para aturar putos malcriados.
…
Cada vez que penso em mudar de profissão fico colocada.
…
Porque é que ainda aguento isto?
…
E o pior, o pior é aquela cara de pau da ministra que continua a auto-elogiar-se pelas suas diarreias, que parece uma lagartixa por dentro e por fora e com o seu cérebro de lagartixa congemina as coisas mais hediondas para o futuro do país (desde o encerramento de escolas ao despedimento – sim, despedimento - de milhares de professores).
…
Valha-nos a voz certeira da denúncia:
Publicada por Irene Sá à(s) 9:09 da tarde 1 comentários
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terça-feira, agosto 07, 2007
Breves anotações
1 - Haverá algo melhor do que alguém nos dizer que temos um riso que inspira a calma?
2 - Dou conta que há uma semana e meia que ando a adiar a minha vida por causa de um maldito relatório.
3 - Acabo de ouvir um psicólogo criminal citar a Internacional na televisão e em directo: "Crime de rico a lei o cobre".
4 - Continuo com os dedos da mão esquerda imobilizados (um muito obrigada a todos os camaradas que manifestaram preocupação, nomeadamente a brigada da capinagem de Alvalade do Sado)
5 - continuo fascinada com Gogol Bordello
Publicada por Irene Sá à(s) 4:41 da tarde 1 comentários
quarta-feira, agosto 01, 2007
hoje sinto-me bucólica
Publicada por Irene Sá à(s) 11:07 da tarde 1 comentários
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segunda-feira, julho 30, 2007
Festa do Avante! ... Estamos a construí-la
Publicada por Irene Sá à(s) 11:38 da tarde 1 comentários
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terça-feira, julho 24, 2007
Notas:
Vou de fériazinhas (alguns diazitos para Sines).
Já me perguntaram se fiz greve aos blogues. A resposta é não. Todos os anos por esta altura tenho uma crise inspiração verbal e fico algum tempo sem "postar" como se pode constatar pelo arquivo. A somar a isto estão os quinhentos mil afazeres do final do ano lectivo (a propósito alguém sabe em que pé está a questão da avaliação do desempenho docente? A diarreia legislativa da ministra dos últimos tempos foi publicada? como raio sei como vou ser avaliada? faço um relatório ao abrigo das normas anteriores? fico à espera das novas? e essa merda da prova para ingresso? Já não é suficientemente estúpido acharem que nem sequer posso fazer uma prova para poder dar aulas e ao mesmo tempo exigirem-me o relatório da actividade docente, ainda tenho de andar a fazer acrobacias e malabarismos para sobreviver na escola sob o tribunal da santa inquisição?), as tarefas para a festa do avante! a batalha com a TerminalA, as mil contas para pagar, e muitas outras coisas que não cabe aqui enumerar.
Assim sendo ando pouco produtiva no que diz respeito à vida cibernética.
Não me esqueci, no entanto, que tenho uma viagem para acabar de contar, uma história e centenas de fotos da ida ao Sardoal para colocar no ververmelha.
Espero brevemente cumprir estes compromissos do mundo virtual e ainda fazer uma apreciação sobre o debate da nação.
Publicada por Irene Sá à(s) 11:19 da tarde 0 comentários
As coisas que se ouvem nos programas da tarde da TVI
Júlia Pinheiro: "então porque é que foi expulsa?"
Zita Seabra*: "fui acusada de ter hábitos burgueses, da forma como me vestia e os sítios que frequentava...
...
...
e de ter jantares conspirativos lá em casa com um grupo de amigos... e é verdade, todas as quartas jantavam lá em casa o Magalhães, o Vital Moreira, etc..." respondeu.
...
...
"... e também é verdade que conspirávamos" acrescentou com ligeireza, rindo e com ar de que era apenas um pormenor acessório
"... e também é verdade que conspirávamos"
"... e também é verdade que conspirávamos"
"... e também é verdade que conspirávamos"
"... e também é verdade que conspirávamos"
"... conspirávamos"
"... conspirávamos"
"... conspirávamos"
"... conspirávamos" para que conste.
* Para quem não sabe, Zita Seabra é o exemplo acabado do que é uma não-pessoa: é conhecida por aquilo que não é (comunista) e não pelo que é (uma tiazorra parola frustrada e reaccionária).
Está há quase tantos anos fora do PCP como os que militou nele, diz que contrariamente ao que vaticinou Álvaro Cunhal (que não seria nada depois da expulsão) foi muita coisa. No entanto, só tem tido cargos graças à sua condição de dissidente, ninguém a considera pelo seu mérito próprio.
Numa entrevista recente ao DN afirmou:
"Sobre a minha vida depois de 1989 não quero falar. Não gosto de falar da minha vida privada e só a abordo no livro quando é relevante para a política. Devia ser uma regra dos políticos, embora seja uma fronteira difícil. Se calhar se tivesse entrado em domínios mais privados, quer da minha vida quer da do dr. Cunhal, vendia mais..."
Talvez não queira falar sobre a sua vida depois de 1989 porque nada tem de politicamente relevante (a não ser o oportunismo e o vira-casaquismo mais surpreendente da história portuguesa). E o que se pode dizer então sobre as coisas que diz sobre os gostos pessoais de Álvaro Cunhal, sobre o marido, sobre o seu modo de vida? É relevante para a política dizer que Cunhal gostava de canetas?
... E dizer na televisão que os jantares em sua casa eram conspirativos? trata-se de uma simples adjectivação? é um domínio privado ou, aí sim, um aspecto da sua vida privada relevante para a politica?
Publicada por Irene Sá à(s) 3:57 da tarde 2 comentários
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Esta ministra gosta de contar piadas
... Podiam começar por arranjar as campainhas para chamar os funcionários...
E contratar funcionários!
Lá na escola o pessoal já ficava contente se nas turmas com mais de 28 alunos todos se pudessem sentar...
Eu agradecia não ter de gastar dinheiro meu para comprar cola, guache, lápis de cor,...
"2007-07-23
Discurso da Ministra da Educação na apresentação do Plano Tecnológico da Educação
O Plano pode resumir-se em duas palavras: modernizar e melhorar.
Escola pública como plataforma de acesso universal à informação e ao conhecimento.
O que hoje se anuncia é a abertura de concursos ou de procedimentos administrativos para a aquisição por parte do Ministério da Educação de um conjunto vasto de equipamentos, conteúdos e serviços tecnológicos para dotar as escolas de meios mais modernos para o ensino e para a sua organização.
O plano tecnológico da educação pode resumir-se em duas palavras: modernizar e melhorar.
Modernizar e melhorar a escola, as práticas de ensino e os resultados escolares dos alunos.
Os alvos deste plano são portanto as escolas, os professores e os alunos.
Os objectivos são modernizar a escola e as condições de ensino, melhorar as práticas de ensino e os resultados escolares dos alunos.
Deste plano de intervenção, realço apenas alguns dos equipamentos ou serviços que serão colocados nas escolas:
- sistema de cartão electrónico de aluno a instalar em todas as escolas do 2.º e 3.º ciclo e secundárias;
- sistemas externos de vigilância e alarme a instalar em todas as escolas do 2.º e 3.º ciclo e secundárias. A instalação destes sistemas em todas as escolas deverá estar concluída em Abril de 2008;
- aumentar a velocidade de ligação à Internet em todas as escolas do 2.º e 3.º ciclo e secundárias, bem como nas escolas do 1º ciclo com mais de 100 alunos, para pelo menos 4Mbites e nas restantes escolas do 1º ciclo para pelo menos 1Mbite, já a partir de Setembro. O plano prevê que, com o lançamento do novo concurso internacional, um aumento progressivo da velocidade até pelo menos 48Mbites;
- Internet em todas as salas de aula e em toda a escola, biblioteca, recreio e espaço exterior. Isto é a instalação de redes locais que permitam a melhorar as ligações no interior da escola e entre escolas, já a partir de Abril de 2008;
- kit sala de aula: dotar as salas de aula de um quadro interactivo, um computador, um vídeo projector e uma impressora. Até ao segundo trimestre de 2008, serão instalados cerca de 9000 quadros interactivos e mais de 20 000 computadores, vídeo projectores e impressoras;
- computadores em número suficiente para todos os alunos, nas bibliotecas, nas salas TIC, nos centros de recursos, de forma a atingir, já em 2010, a meta de um computador por cada dois alunos.
A produção de conteúdos e o desenvolvimento de plataformas de acesso à informação e ao conhecimento são também dimensões decisivas deste plano tecnológico.
No seu conjunto, este Plano integrado dotará as escolas dos meios tecnológicos mais modernos, hoje disponíveis no mercado, permitindo a todas as escolas o acesso a equipamento tecnológico que sustente a modernização dos procedimentos administrativos e pedagógicos, desde a entrada da escola até à sala de aula, passando pela secretaria, a biblioteca, e os espaços de convívio.
Modernizar e melhorar a escola, as práticas de ensino, significa:
- desburocratizar e desmaterializar os actos da matrícula, o registo da informação, as compras e aquisição de serviços de cantina, bar e papelaria: substituir o dinheiro e o papel por um clique;
- facilitar a informação e o contacto entre a escola, os professores e as famílias;
- melhorar as condições de vigilância e de segurança nos espaços exteriores da escola, protegendo a escola e aumentando a confiança dos alunos e famílias;
- permitir aos professores efectivas condições de uso dos computadores em sala de aula, nos processos de ensino e de avaliação, na preparação de aulas e no acompanhamento dos alunos;
- criar condições para um ensino mais participado, no qual se valorizem as dimensões associadas ao fazer e saber fazer e portanto mais exigente no envolvimento dos alunos e no trabalho por eles realizado
- criar condições para que as tecnologias, os computadores e a Internet sejam ferramentas de ensino transversais a todas as disciplinas, para que sejam efectivas ferramentas de trabalho de professores e de alunos;
- permitir o acesso de todos os alunos à informação e ao conhecimento através dos computadores e da Internet, em condições de igualdade. Sabemos que a grande maioria dos nossos alunos do ensino básico e secundário (65%) não têm acesso em casa a estes meios, que são hoje indispensáveis para o estudo e o trabalho escolar.
Este programa de modernização e melhoria da escola e das práticas de ensino, que abrange todas as escolas permitirá diminuir a desigualdade entre as nossas escolas, elevando o seu nível médio de qualidade, isto é, nivelando por cima.
A qualidade do ensino e dos equipamentos é essencial.
Diria que a qualidade é a primeira condição para que a escola pública seja efectivamente uma plataforma de acesso universal a recursos de informação e de conhecimento, para que contribua efectivamente para mitigar as desigualdades sociais e económicas dos alunos e, sobretudo, para mitigar os efeitos destas desigualdades nos resultados escolares dos alunos."
Publicada por Irene Sá à(s) 3:38 da tarde 0 comentários
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terça-feira, julho 17, 2007
As vidas planeadas que poderíamos ter tido
Publicada por Irene Sá à(s) 1:52 da manhã 0 comentários
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quinta-feira, julho 12, 2007
Neruda SEMPRE!
Nos 103 anos do seu nascimento Mais dois poemas dO POETA
LA GRAN ALEGRÍA
La sombra que indagué ya no me pertenece.
Yo tengo la alegría duradera del mástil,
la herencia de los bosques, el viento del camino
y un día decidido bajo la luz terrestre.
No escribo para que otros libros me aprisionen
ni para encarnizados aprendices de lirio,
sino para sencillos habitantes que piden
agua y luna, elementos del orden inmutable,
escuelas, pan y vino, guitarras y herramientas.
Escribo para el pueblo, aunque no pueda
leer mi poesía con sus ojos rurales.
Vendrá el instante en que una línea, el aire
que removió mi vida, llegará a sus orejas,
y entonces el labriego levantará los ojos,
el minero sonreirá rompiendo piedras,
el palanquero se limpiará la frente,
el pescador verá mejor el brillo
de un pez que palpitando le quemará las manos,
el mecánico, limpio, recién lavado, lleno
de aroma de jabón mirará mis poemas,
y ellos dirán talvez: "Fue un camarada".
Eso es bastante, ésa es la corona que quiero.
Quiero que a la salida de fábricas y minas
esté mi poesía adherida a la tierra,
al aire, a la victoria del hombre maltratado.
Quiero que un joven halle en la dureza
que construí, con lentitud y con metales,
como una caja, abriéndola, cara a cara, la vida,
y hundiendo el alma toque las ráfagas que hicieron
mi alegría, en la altura tempestuosa.
(Canto General)
SIEMPRE
Aunque los pasos toquen mil años este sitio,no borrarán la sangre de los que aquí cayeron.
Y no se extinguirá la hora en que caísteis,
aunque miles de voces crucen este silencio.
La lluvia empapará las piedras de la plaza,
pero no apagará vuestros nombres de fuego.
Mil noches caerán con sus alas oscuras,
sin destruir el día que esperan estos muertos.
El día que esperamos a lo largo del mundo
tantos hombres, el día final del sufrimiento.
Un día de justicia conquistada en la lucha,
y vosotros, hermanos caídos, en silencio,
estaréis con nosotros en ese vasto día
de la lucha final, en ese día inmenso.
(Canto General)
Publicada por Irene Sá à(s) 1:02 da manhã 0 comentários
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terça-feira, julho 03, 2007
segunda-feira, julho 02, 2007
Viagem a Euskal Herria 3
Gasteiz - as primeiras horas (continuação)
Chegámos rapidamente a casa de A. Na zona do “Casco Viejo”,” Alde Zaharra” ou “Almendra Medieval”. Imediatamente duas gatinhas procederam à operação de identificação das duas estrangeiras. Uma, a mãe, branca, mais calma e desconfiada, outra, a filha, de pelo comprido, curiosa e irrequieta. Não decorei o nome da segunda, a primeira chamava-se Blanqui. Ambas dedicaram-se o resto da noite a morder os pés da M. e a aninharam-se entre as minhas pernas.
Dormimos cerca de 4 horas e de manhã fomos com a A. encontrarmo-nos com o M. e outros companheiros e companheiras. Assim conhecemos a Calle Cuchilleria (de que o B. já nos tinha referido) e, mais em pormenor, o Erdizka (um bar, café, ponto de encontro e restaurante) que constantemente me fazia lembrar a “Gradisca” de Amarcord, no entanto esclareceram-me mais tarde que o nome nada tinha de tão “poético”, que significava “meio” e que assim se chamava porque estava no meio da rua.
Foi bom rever o M. Parecia muito mais descontraído e feliz do que nas vezes que o vi em Portugal. Parecia-me até maior, mais robusto e com um sorriso mais aberto.
Do Erdiska passámos à porta do lado, à sede da Askapena, a primeira impressão que tive é foi a de uma livraria alternativa. Havia livros à venda por todo o lado. Rapidamente mudei de opinião quando começámos, os que estávamos e os que entretanto chegaram, a levar caixas e caixas de comida de um pequeno armazém na sede para o porta-bagagens de um carro. Eram os mantimentos para os próximos dias.
Houve ali um momento em que eu e a M. ficámos desorientadas. Os bascos desataram a discutir em euskera, enfiámo-nos todos em dois carros e fomos…
Afinal, duas ou três ruas abaixo estacionámos e começámos a descarregar. Seria ali o nosso poiso nos próximos dias. Tratava-se de uma espécie de bar privado. Pelo que pude apurar é costume entre os bascos, juntarem grupos de amigos, quotizarem-se e alugarem espaços de convívio comuns.
Depois das descargas alguns dos rapazes desapareceram. Ficaram M, A, A2 (que conhecemos um pouco antes no Erdizka) e nós. O costume, também em Euskal Herria: as mulheres e honrosas excepções masculinas cozinham. O M e a A ficaram a confeccionar o jantar: Bacalhau. O M observou que essa era uma grande semelhança entre os bascos e os portugueses. No tempo que sobrava até partirmos para Gernika fomos dar uma volta pelo “Casco Viejo”. A2 insistiu em ser nossa guia. Eu e a M não queríamos distrair os nossos anfitriões e sublinhámos que poderíamos ir sozinhas. Não sei se por orgulho local ou se por falta de confiança no nosso sentido de orientação (apesar das muitas vezes em que referi ter uma bússola no cérebro) a vontade basca venceu e lá fomos acompanhadas pela simpática e preciosa guia A2.
À medida que íamos andando pelas ruas ela ia-nos explicando os problemas que existiam com a câmara; o clássico: o conluio do poder local com alguns interesses imobiliários e outros sectores, o favorecimento de projectos megalómanos, o desrespeito pelas pessoas, património e instituições populares. Mostrou-nos, a título de exemplo; uma desenquadrada passadeira rolante que subia duas ruas (de ligeira inclinação) para ligar dois museus e apontou-nos outras ruas habitadas por idosos e bastante íngremes, onde as referidas passadeiras faziam mais falta. Vimos também uma micro-manifestação de trabalhadores do “Ayuntamiento”, uma coisa estranha: eram 6 ou 7 pessoas atrás de um pano e aos gritos em frente à Câmara. Passámos também por alguns pontos de interesse turístico. Observámos com estranheza dois blocos enormes de pedra que, segundo a nossa cicerone, serviam para prender touros (pelo menos foi o que entendi). Mais adiante vimos uma estátua em bronze de um sujeito muito cómico, cujo nome não me lembro apesar de A2 o ter referido várias vezes. Essa figura é um tipo de Gasteiz que, todos os anos desce “dos céus” com um chapéu de chuva: uma espécie de Mary Poppins homem, artificial e basca. Passámos também por duas casas ocupadas e visitámos uma (ver foto). Essa que visitámos está ocupada há 19 anos. Funciona numa espécie de auto-gestão permanente, com um conselho de todos os participantes e organizam eventos vários para além da gestão corrente. Em Euskal Herria há muitas casas ocupadas, com mais ou menos longevidade. A2 espantou-se quando lhe disse que em Portugal se contam pelos dedos de uma mão (isto, claro, se não nos referirmos às casas ocupadas para habitação durante o PREC).
Já na volta, e antes de entrarmos no nosso quartel-general, enfiámo-nos numa espécie de claustro adjacente à Catedral gótica de Santa Maria (ver foto), onde decorrem trabalhos de arqueologia. As escavações revelaram vestígios do período paleo-cristão e das invasões bárbaras. Depois de muito teorizarmos acerca das taras dos arqueólogos e de não chegarmos a conclusão nenhuma demos por concluído o passeio.
Publicada por Irene Sá à(s) 11:02 da tarde 1 comentários
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